O Tietê é um dos rios mais conhecidos do Brasil. Com uma vasta rede hidrográfica, possui uma grande importância econômica e cultural, pois faz parte do processo de formação de 62 municípios ribeirinhos que surgiram na sua margem.
O aproveitamento do rio fica por conta do uso de suas águas para a agricultura, pecuária e geração de energia em alguns trechos que possuem usinas. Destaca-se também em razão de seus problemas ambientais. Trata-se de um manancial altamente poluído e que recebe diariamente mais de duas toneladas de resíduos sólidos e esgoto da maior metrópole nacional, São Paulo. Esse rio possui, inclusive, trechos mortos, por não possuir vida animal ou vegetal em certos lugares.
Nesta semana, o Alto Tietê recebeu uma boa notícia. As obras de desassoreamento começaram. O início das intervenções ainda neste ano foi reivindicada pelo Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) após intensa articulação junto ao Governo do Estado, que pretendia reprogramar os serviços. A reversão do prazo para este mês garante que a limpeza seja feita no intervalo mais crítico do período chuvoso e em várias frentes de trabalho.
O desassoreamento é importante para controlar os impactos das chuvas fortes e minimizar os riscos de enchentes. As intervenções promovidas pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para o lote 4, que abrange os municípios de Itaquaquecetuba, Suzano, Poá e Mogi das Cruzes, contarão com investimentos na ordem de R$ 132,6 milhões e contemplarão 44,2 quilômetros do rio Tietê.
Recentemente resultados de pesquisa iniciada em 2013 pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) revelaram a possibilidade de aplicação de medidas visando a despoluição de águas contaminadas por metais pesados e agroquímicos.
Na região, a limpeza do Tietê vem sendo discutida pelos municípios com o DAEE desde o início do ano, em reuniões mensais de trabalho. O início dos serviços chegou a ser anunciado para os meses de outubro e novembro, o que não aconteceu em razão de problemas orçamentários do Estado. Com o risco da obra ser reprogramada para 2024, o Condemat promoveu várias articulações junto ao governador Tarcísio de Freitas, a secretária de Meio Ambiente, Natália Resende, e a superintendente do DAEE, Mara Ramos.
As prefeituras terão de fazer a sua parte e o Estado tem de contar com um compromisso com a região para manter os serviços de limpeza, como reivindicam os municípios.
Um dos trechos da limpeza beneficiará 14,9 quilômetros do rio entre a divisa de Itaquaquecetuba até a foz do Ribeirão Taiaçupeba-Mirim, em Suzano, com investimento de R$ 47,4 milhões. A expectativa é que as intervenções removam cerca de 315 mil m³ de sedimentos.




