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Esporte

Comentarista de surfe, Edinho Leite fala com DS sobre vida profissional

Ex-surfista profissional também relembrou momentos marcantes de lendas do surfe que pode acompanhar de perto

23 agosto 2018 - 10h03Por Lucas Lima - Especial para o DS
O comentarista da ESPN+, que participa das narrações do Circuito Mundial de Surfe (WCT), Edison Leite Junior, mais conhecido como Edinho Leite, concedeu entrevista exclusiva ao DS e contou sobre a maluca história de vida, que de surfista profissional passou também para jornalista.
 
Além disso, relembrou momentos marcantes de lendas do surfe que pode acompanhar de perto, como por exemplo, com o maior surfista profissional de todos os tempos, o americano Kelly Slater - 11 vezes campeão mundial - e com o australiano Mick Fanning, tricampeão mundial.
 
Ele ainda comentou sobre as mudanças do surfe ao longo desses anos, dos brasileiros que chegam forte nesta reta final de temporada brigando pelo título mundial e até mesmo da crise que o jornalismo passa atualmente.
 
Carreira
 
Segundo Edinho, o início da carreira de jornalista aconteceu de forma natural. "Não houve muitos desafios, pois não era minha ideia seguir nesta área", disse. Era surfista profissional, competia em diferentes cantos do mundo, mas gostava também de ler e escrever. "Depois que tive o primeiro contato com a escrita, na revista Fluir, onde conhecia um dos donos, segui um caminho natural, nunca briguei para ser um jornalista especializado, o que acabou acontecendo".
 
Durante esse período, Edinho disse que teve dificuldades para sobreviver a vida de repórter de surf, que até hoje existem. "O grande problema é trabalhar com o pouco dinheiro que o mercado oferece. No surfe, principalmente, pois se não for proprietário de marca ou tiver muito sucesso, é difícil viver disso. Os veículos de mídia não tinham a verba que deveriam ter e até hoje é assim", lamentou. 
 
Por outro lado, o ex-surfista profissional falou que esse estilo de vida foi o que sempre gostou. "Não tem coisa melhor do que trabalhar e continuar pegando onda e viajando, conhecendo paraísos diferentes", ressaltou.
 
Questionado sobre a história mais inusitada que presenciou naqueles tempos, final de anos 80, 90 e 2000, Edinho quebrou a cabeça. "Era protagonista de muitos textos que escrevia. O que lembro é ter conhecido lugares de outro mundo, que jamais pensei que iria ver, tudo por conta da escrita e principalmente do surfe". 
 
Contudo, hoje como comentarista da ESPN+, ele lembra de momentos marcantes com lendas do surfe. "Uma coisa que aprendi foi enxergar o lado de algumas pessoas que você não espera e não consegue ver se não for de perto. Um exemplo ocorreu no título do Mick Fanning. A maneira e o jeito que se comportava e se sentia era especial. Outra lembrança é da conversa com o Slater depois do 10° título mundial da carreira e ver como ele pensava ou estava se sentido, e constatar que naquele momento com o título mais importante do surfe ele não era tão feliz como é hoje em dia que está perdendo as etapas. Vi atletas mudarem o rumo do esporte, da vida deles etc", relembrou.
 
Em relação ao surfe hoje em dia, Edinho disse que o esporte está evoluindo e tendo mudanças radicais constantes. "O surfe como qualquer outro esporte vai sempre evoluindo e mudando conforme as pessoas que os fazem também vão mudando. Ver a modalidade competitiva é bizarro, pois não devia ter nota porque se pratica uma onda. Porém, vejo que o futuro do esporte na mídia sempre vai depender de associações, que realizavam os eventos esportivos".
 
Seguindo na mesma linha, Edinho falou que o surfe brasileiro chegou ao patamar competitivo que sempre buscou, após as conquistas dos títulos mundiais de Gabriel Medina em 2014 e de Adriano de Souza, o Mineirinho, em 2015. "Nos encaixamos no cenário por meio dessas vitórias e com atletas que também estão chegando forte neste ano. Hoje, o Brasil faz parte do grupo dos três principais do universo competitivo do surfe", completou.