sábado 20 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Esportes

Medicamento acusado em ‘doping’ de Shamell foi usado para aliviar dor em lesão no cotovelo

Afirmação foi feita em coletiva no final da tarde desta terça (5) no Ginásio Hugo Ramos e contou com as presenças do próprio jogador e do secretário de Esporte e Lazer de Mogi das Cruzes, Nilo Guimarães

06 junho 2018 - 12h00Por de Mogi

O médico Marcus Vinícius Porcelli e o advogado do clube, Cezar Lombardi, rechaçaram qualquer suspeita de que o medicamento (betametasona) aplicado no ala Shamell Stallworth tenha sido usado para melhorar o rendimento dele dentro das quadras. A afirmação foi feita em coletiva no final da tarde desta terça (5) no Ginásio Hugo Ramos e contou com as presenças do próprio jogador e do secretário de Esporte e Lazer de Mogi das Cruzes, Nilo Guimarães.

A substância, proibida pela WDA (Agência Mundial de Antidopagem) e flagrada no exame antidoping feito no atleta no jogo contra o Joinville, no dia 18 de fevereiro, no Hugão, foi usada para aliviar dores no cotovelo direito do atleta após ele sofrer uma lesão na partida anterior contra o Caxias do Sul. Mesmo lesionado, o ala foi relacionado para a partida contra o time catarinense para evitar que, em uma possível suspensão ou interrupção dela, ficasse fora depois que ela fosse retomada em outra data. O teste positivo no exame foi divulgado nessa segunda (4) pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).

“Tivemos conhecimento do resultado do exame no final de maio. Apresentamos uma defesa preliminar, na qual a documentação médica foi apresentada para que tomássemos as providências. A substância utilizada teve fim terapêutico. A própria WDA tem a previsão de que essa substância não está na lista de proibidas, desde que a finalidade seja para fins terapêuticos. E foi exatamente o que aconteceu. O atleta se lesionou contra o Caxias e no jogo contra o Joinville acabou sendo inserido na súmula sem condições de jogo e não ingressou na quadra. Agora uma defesa complementar será apresentada, com documentos apresentados pela comissão técnica, pelo médico, que vão complementar o que já foi apresentado para comprovar que toda a documentação já era de conhecimento do órgão. O atleta estava em tratamento médico. A substância, da forma que foi ministrada, não teve condição de trazer um aumento de performance dele. Ele teve uma aplicação exclusiva para fins de tratamento. A não participação do atleta e a própria comunicação da equipe de que ele estava sendo medicado com esta substância derrubam, no que acreditamos como defesa, de que não há má fé de se ocultar a substância que estava sendo usada para tratamento”, explica o advogado Cezar Lombardi.

“No dia do jogo [contra o Caxias] o Shamell sofreu uma pancada, a dor era muito forte e ele não conseguia mexer o cotovelo. Suspeitamos de uma lesão mesmo. Na hora não dava para saber a gravidade. No dia seguinte fizemos o exame e constatamos, mas no momento não tinha medicações mais fortes do que essa. Então foi aplicado o Diprospan, que é a betametasona, para melhora da dor e sem intenção nenhuma de melhorar a performance dele de jogo. Ele não iria participar de nenhuma partida dentro de 15, 20 dias. Fizemos um relatório no mesmo dia da lesão e encaminhamos para a ABCD. Depois encaminhamos todas as provas com imagens e laudo comprovando a lesão na musculatura do Shamell, com o rompimento muscular parcial. Toda a medicação que ele tomou foi relatada à ABCD”, completa o médico Marcus Vinícius Porcelli.

O advogado ainda ressalta que se a ABCD entendesse que deveria encaminhar o caso para o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para uma punição já teria feito isso antes da fase final do NBB Caixa (Novo Basquete Brasil). “O órgão de controle já tinha essa informação e analisando todo o contexto não houve nenhuma preventiva de suspensão do atleta de participar das fases finais do campeonato, justamente por entender, ao nosso ver, que os elementos seriam frágeis”, adverte Lombardi. Segundo o advogado, depois de apresentada toda a defesa, o órgão deve se manifestar sobre o caso em até 60 dias.

“Fiquei triste e decepcionado”, diz Shamell

A notícia de que havia sido flagrado no doping deixou o ala Shamell Stallworth triste e decepcionado. O norte-americano falou sobre a sua conduta profissional dentro e fora das quadras e que nunca precisou usar qualquer substância para melhorar o seu rendimento desde que começou a praticar o esporte.

“Estou jogando basquete profissional há 14 anos e sempre fui profissional. Eu não preciso tomar nada para mostrar o meu trabalho dentro da quadra. Sempre fui trabalhador, fiz coisas extras. Os técnicos nunca precisaram me falar para fazer isso ou aquilo. Fiquei muito triste porque meus filhos me ligaram para perguntar o que era isso. Como você vai explicar para o seu filho? Eu trabalho bastante para ter uma imagem boa na carreira e para ajudar o futuro dos jogadores brasileiros no basquete. E uma coisa assim pode derrubar tudo isso. Não consegui dormir. Acordei hoje com um sentimento ruim. Tipo ‘eu sou lixo’. Nunca fui um jogador sujo. Nunca precisei tomar nada extra. Qualquer coisa que eu como ou suplemento que eu tomo eu pergunto para a equipe, porque eu sei as consequências que podem acontecer depois se tomar alguma coisa. Eu sei que eu não fiz nada. Daqui a pouco tudo será resolvido”, revela Shamell.