Dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) divulgados ontem apontam perdas equivalentes a R$ 2,6 bilhões e destacam que o principal componente foi o investimento na Petrobras. Por causa da queda prolongada e significativa no valor de mercado das ações da petroleira, a instituição realizou "uma análise qualitativa do investimento, a fim de quantificar a existência de eventual montante não recuperável do ativo".
Segundo o BNDES, foram levadas em conta as características específicas de atuação do banco e do ativo. De acordo com os dados, a perda passível de não recuperação foi estimada em R$ 2,6 bilhões, descontados os efeitos tributários. O órgão esclareceu que, conforme a característica das ações detidas pelo banco, que são de transferência da União para aumento de capital da instituição, nas quais existem condições específicas como restrição de venda, as perdas são reclassificadas para o resultado apenas quando da venda ou transferência do respectivo ativo. Já o lucro líquido do BNDES teve um crescimento de 5,4% em 2014, na comparação com o ano anterior. Os valores alcançaram R$ 8,59 bilhões, ante R$ 8,15 bilhões registrados em 2013. De acordo com o órgão, é o terceiro maior lucro da história do banco. O patrimônio líquido do Sistema BNDES também teve crescimento. Em dezembro de 2014, ele alcançou R$ 66,3 bilhões. No mesmo mês do ano anterior, registrou R$ 60,6 bilhões. Os totais de ativos do sistema atingiram R$ 877,3 bilhões em 31 de dezembro de 2014, representando alta de R$ 42,5 bilhões na comparação com 30 de setembro de 2014 e de R$ 95,2 bilhões em relação a 31 de dezembro de 2013. Conforme o órgão, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio do Sistema BNDES atingiu 13,05% no exercício corrente, mas o Índice de Basileia alcançou 15,9%. Para o BNDES, esses percentuais representam "situação confortável diante dos 11,0% exigidos pelo Banco Central".