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Região

Especialista analisa atentado contra Trump para a política brasileira

Afonso Pola avalia que há semelhanças com o ocorrido contra Bolsonaro em 2018, mas que a eleição em si que terá impacto

21 julho 2024 - 10h00Por Fernando Barreto da Reportagem Local

A eleição norte-americana terá maior impacto do que o atentado contra o candidato Donald Trump. É o que avalia o sociólogo e especialista em política, Afonso Pola.

O atentado, que ocorreu no último sábado, gerou muitos comentários sobre a polarização política no mundo.

Na avaliação de Afonso Pola, ambos os políticos representam o espectro político da extrema direita, onde os dois contestaram as eleições e incentivaram atentados.

“Ou seja, eles não têm apreço pela democracia. Aqui houve a história do atentado que teve um peso importante no resultado da eleição de 2018. Lá, também com proximidade da eleição, acontece o atentado contra Trump. Mas não creio que terá o mesmo peso eleitoral que teve o daqui”, disse.

Ainda sobre o atentado influenciar a política daqui, Afonso Pola afirma que a discussão principal ainda segue sobre quem vencerá a eleição e o desenrolar até o pleito, onde Joe Biden, atual presidente, pode ser substituído.

Sobre a quantidade de atentados que acontecem, principalmente nos Estados Unidos, ele fala sobre as conspirações que surgem antes e depois dessas ocorrências.

“Adeptos das famosas teorias da conspiração costumam questionar como o Adélio conseguiu chegar tão próximo ao Bolsonaro, se o mesmo estava cercado por uma legião de seguranças? Uma pergunta semelhante está sendo feita no caso do Trump. Antes mesmo dos disparos, testemunhas afirmam que o atirador foi visto. Tanto é que um policial que tentava chegar até ele caiu do telhado.

Mas obviamente são meras suposições e que só se sustentariam caso houvesse mais evidências”, explica Afonso.

‘A violência sempre acompanhou a política em maior ou menor grau’, afirma especialista

Para Afonso Pola, a violência sempre acompanhou a política, em maior ou menor grau, e não apenas no Brasil.

Mas em entrevista ao DS, ao responder sobre o atentado contra Trump, Afonso Pola relembrou que antigamente acontecia o “voto de cabresto”.

“Antigamente os coronéis utilizavam da força para captar voto para as pessoas que eles apoiavam, que poderiam favorecer eles”, disse.
Afonso também cita brigas antigas entre famílias no interior do Brasil e outros atentados nos Estados Unidos.

“Não há como negar que temos um processo de intensificação dessa violência em função do discurso em defesa da violência, que tem ganhado destaque maior”, explica.
Afonso também lembra que o suspeito da tentativa de assassinato é filiado no mesmo partido de Trump, e é defensor do armamento.

“Esse discurso de violência, de mostrar o adversário como alguém que precisa ser eliminado. Hoje você tem esse discurso disseminado com maior rapidez por causa da internet”, disse.

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