Os Sindicatos dos Ferroviários de São Paulo e de Sorocaba manifestaram apoio ao projeto que propõe a implantação de um novo serviço de passageiros entre Rio Grande da Serra e Suzano. A proposta integra o Movimento de Circulação de Trens entre as duas cidades (MTRS) e busca ativar um trecho ferroviário já existente, atualmente utilizado pela MRS Logística exclusivamente para o transporte de cargas.
Para o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, o principal desafio para o avanço da iniciativa é o processo de privatização das linhas ferroviárias. “A proposta é importante, mas está distante do que o governo vem fazendo, porque tudo está sendo privatizado. O Estado está acabando com o transporte ferroviário, desmantelando a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que já foi considerada a melhor empresa de transporte urbano”, afirmou.
Segundo ele, os próximos passos para impulsionar o projeto envolvem resistir à privatização e apresentar uma proposta formal ao governo. “Isso é política, dizer que apoia é uma coisa, mas é preciso apresentar um projeto. As linhas estão sendo privatizadas aos poucos, inclusive a 11–Coral, que atende Suzano. Além disso, a privatização da Linha 10–Turquesa, que inclui a estação de Rio Grande da Serra, está prevista para o ano que vem”, disse.
O presidente do Sindicato dos Ferroviários de Sorocaba, José Claudinei Messias, também manifestou apoio ao MTRS e destacou a importância da iniciativa diante dos desafios atuais de mobilidade. “A mobilidade urbana é um dos maiores desafios das grandes regiões metropolitanas, e soluções sustentáveis precisam ser prioridade absoluta. Em pleno COP30, quando o mundo discute medidas urgentes para enfrentar a crise climática, é imprescindível valorizar meios de transporte que reduzam emissões, promovam eficiência energética e garantam deslocamentos mais limpos”, ressaltou.
Messias enfatizou ainda que o transporte ferroviário cumpre um papel essencial no cenário atual. “Cada trem que entra em operação representa menos veículos nas ruas, menos congestionamentos e menos poluição que aquece o planeta. Além dos benefícios ambientais, o projeto tem impacto social e econômico, pois a expansão da malha ferroviária gera empregos diretos e indiretos, impulsiona o desenvolvimento regional e melhora a qualidade de vida das comunidades atendidas. Um transporte público de qualidade, integrado e sustentável é fundamental para construir um futuro mais justo, moderno e ambientalmente responsável”, completou.




Trecho já conta com linha de carga - (Foto: Arquivo/DS)




