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Jornal Diário de Suzano - 08/05/2024
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Coluna

A vida chata e preocupada dos adultos

01 fevereiro 2023 - 05h00

Em agosto de 1918, um saveiro estava sendo puxado por um rebocador no Rio Niágara, quando o cabo arrebentou. As fortes correntezas logo conduziram o barco em direção às cataratas. Quando estava para cair, o barco encalhou em algumas rochas bem acima das quedas. Os dois homens que estavam a bordo foram salvos apenas no dia seguinte. Eles passaram uma noite de terror esperando a qualquer momento despencar para a morte. 
Esse fato ocorreu faz quase noventa anos e a velha barcaça continua lá, no mesmo lugar, até hoje. Jamais aconteceu a queda prevista. Os dois homens se preocuparam por nada. A esperada queda do barco, que trouxe ansiedade e desespero aos dois homens, não aconteceu. 
Amigo leitor, da mesma forma, a maioria dos problemas que tiram nossa paz e alegria não vão nos atingir. A preocupação é como um barco encalhado nas pedras; ela nunca leva a lugar algum! Crianças são muito mais felizes que adultos porque são livres de preocupação. Apenas querem viver a vida livremente. Ao se arriscarem, não enxergam outra possibilidade senão aquela pretendida. 
Por tudo isso, aqueles que têm problemas emocionais de sofrimento por antecipação, devem procurar alimentar a criança interior, pois talvez esteja ali a solução de problemas imaginários.
Pessoas deprimidas vivem de memórias do passado que já passou e não volta mais.
Pessoas com ansiedade vivem com a mente no futuro, que ainda não chegou.
Criança vive com o que tem no presente e isso lhe basta, é o suficiente. Não olham para trás e nem para frente, vivem o momento presente com intensidade e se divertem muito, com coisas simples.
Ser adulto pode ser muito chato, se você não se permitir vivenciar pitadas de criancices e juventude. Portanto, procure resgatar essa criança que existe dentro de você que pode estar adormecida e chateada com a vida dura, pragmática, insensível, previsível e com a incapacidade de sonhar e correr riscos que você se enfiou.
Criança gosta de pequenas aventuras. De tomar chuva, estourar pipoca, passear no parque de calção, chupar picolé, soltar pipa...
Há quanto tempo o leitor não faz isso?