Um homem pobre, entrou na OAB de sua cidade pedindo que alguém o defendesse perante uma acusação. A recepcionista indagou qual seria o problema: "Estava com muita fome e passando por um restaurante, senti um delicioso cheiro de comida e entrei. Como não posso comprar nada, me contentei em cheirar a comida e imaginar o quanto seria gostosa. O dono do restaurante vendo-me ali, perguntou-me se queria algo e para não passar vergonha, disse que me sentia saciado em sentir o cheiro de tão belos e apetitosos alimentos. Inconformado, o dono cobrou-me pelo cheiro dos alimentos e como não tinha e nem tenho dinheiro, serei levado amanhã, à presença do juiz e não sei como me defender". Rapidamente um advogado foi nomeado para fazer a devida defesa. No dia seguinte, lá foram os dois para a audiência. Encontraram no tribunal o tal dono do restaurante que apresentou sua versão dos fatos. O juiz ouviu atentamente e em seguida perguntou ao humilde acusado, como seria sua defesa. O advogado pediu a palavra: "Não queremos ser injustos, portanto, trouxe aqui muitas moedas". Tirou um saco cheio de moedas de ouro e fazendo bastante barulho colocou-o sobre a mesa. O dono do restaurante arregalou os olhos e disse: "Sinto-me invadir por uma imensa satisfação só por ouvir o tilintar das moedas". O causídico calmamente continuou a defesa de seu cliente: "Pois bem, caro juiz, meu cliente está sendo acusado de contrair um débito por ter cheirado os alimentos do restaurante desse senhor. Ele acaba de dizer que está satisfeito somente em ouvir o barulho das moedas. Eu acho então, que a dívida está paga". O juiz, que sabia apreciar a perspicácia, achou justo que o pobre fosse perdoado da tal dívida ou melhor ainda, considerou a dívida liquidada. Ao dono do restaurante coube a lição: com a medida que usamos para medir, seremos medidos.