Eu finjo que acredito e você finge que me engana. O leitor já deve ter ouvido mentiras que muita gente acaba acreditando por conveniência, inocência ou até mesmo carência afetiva. "Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta", preste atenção que alguma armadilha tem. "Não nos procure, nós o procuraremos", melhor esperar sentado. "Puxa, como você emagreceu", se ficar na dúvida, corre para uma balança e descubra a verdade. "Fique tranquilo, vai dar tudo certo", melhor correr atrás do prejuízo para não ter surpresas. "Quinta-feira, sem falta, o seu carro vai estar pronto", já vai vendo carro para alugar para o final de semana. "Pague a minha parte que depois eu acerto contigo", melhor não convidar mais essa pessoa para sair. "Eu só bebo socialmente", será mesmo?
"Eu estava passando por aqui e resolvi", pode esperar que vai te incomodar outras vezes. "Estou te vendendo a preço de custo", faça busca na internet e com certeza encontrará preço melhor. "Não vou contar pra ninguém", a certeza é que bastará você ir embora que mensagens no WhatsApp vão rolar. "Pode contar comigo quando precisar", a tendência é ficar decepcionado. "Você está cada vez mais jovem", isso só será possível com alimentação regrada, muita atividade física ou algumas cirurgias plásticas. "Eu nem reparei que você usava peruca", tá na cara que todo mundo repara. "Nunca broxei antes", é o mesmo truque do criminoso que foi pego em flagrante e diz ao policial: "Primeiro dia que vendo drogas".
"Estou sem troco, leve um chiclete", malandragem pura e das antigas. "Não se preocupe, essa roupa não vai encolher", melhor não pagar para ver.
"Dinheiro não traz felicidade", mas boletos atrasados tiram o sono de qualquer um.
"Eu nem estava olhando", mas mudou o olhar repentinamente por qual motivo? "Esse carro nunca foi batido, só fica na garagem", é só passar o veículo na vistoria para descobrir as partes recheadas de massa".
Caro leitor, você prefere o "me engana que eu gosto" ou o não me engana, pois não vou gostar e se precisar vou requerer meus direitos?