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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Qual a porcentagem de brasileiros que praticam o famigerado "jeitinho"?

21 janeiro 2020 - 23h59
Criticar mazelas alheias é fácil. Difícil é reconhecer os próprios erros! Atualmente é comum o chamado denuncismo, ou seja, pessoas apontarem erros alheios com a maior facilidade, como se fossem poço de probidade e retidão. Na opinião do leitor, qual a porcentagem de brasileiros que praticam, constantemente, atitudes consideradas imorais e antiéticas? O Instituto de Pesquisa do Risco Comportamental entrevistou 2.435 profissionais de 24 empresas, os quais foram submetidos à bateria de testes em relação a corrupção, apropriação indevida e fraudes na esfera do trabalho. O resultado é pavoroso! Na busca por vantagens, 66% dos entrevistados demonstraram potencial para realizar algum tipo de atitude indevida junto a fornecedores. Grande parte deles não creem estar fazendo algo errado, mesmo tendo ciência que a empresa está sendo prejudicada de alguma maneira. Do ponto de vista cultural, o tal "jeitinho" nada mais é que agir com malandragem, desonestidade e amoralidade e está arraigado em todos as classes sociais, sem exceções. Uma demonstração clara, é quando o brasileiro viaja para algum pais considerado desenvolvido e fica surpreso com atitudes educadas, respeitosas e fiel cumprimento das normas estipuladas. Esse misto de espanto e admiração gera surpresa, pois em nosso país não é prática comum esse tipo de conduta regrada, ética e preocupada em não ferir direitos de terceiros. Infelizmente, buscamos mais o interesse individual e nos preocupamos pouco com o direito alheio. Quantas pessoas, prazerosamente, aumentam o volume do som em casa ou no carro sem cogitar ou temer a possibilidade de estar atrapalhando o descanso alheio. Comprar mercadoria contrabandeada é considerado vantagem e sinônimo de bom negócio e não prática criminosa. O descumprimento das leis, a informalidade, o prazer de espalhar notícia, mesmo tendo ciência ser falsa, a intenção de encontrar solução para um problema ou dificuldade da forma errada e o desejo de encurtar caminhos ou etapas de forma malandra, traduz um pouco das atitudes que vemos amiúde no dia a dia.