As derrotas e as esperanças de novos tempos

Acho fundamental dizer que ninguém alcança somente belas vitórias, sem carregar antes uma ou mais derrotas. Não existe voo altaneiro de verdade se não houver coragem, ousadia, superação e sacrifício, após experimentar derrotas e perdas.
No cristianismo, os apóstolos de Jesus consideraram a condenação e morte do Mestre e a perda do prestigio de Cristo diante das lideranças religiosas de Jerusalém, a pior derrota e a maior decepção para eles que esperavam o triunfo de Cristo como futuro Rei de Israel.
No entanto, a cruz que parecia ter frustrado as expectativas dos Apóstolos e dos discípulos de Jesus se tornou um dos símbolos mais importantes do Cristianismo, porque a morte de Jesus na cruz e a sua ressurreição possibilitaram a chegada de novos tempos para toda a humanidade, por Cristo ter mostrado que é possível vencer o mal e a morte.
Ninguém vive ou consegue vencer sem ter passado pela cruz ou sofrido alguma perda e derrota. Passar por tudo isso, não é mortífero e não causa estrago ou pessimismo. Precisamos ser capazes de ultrapassar o limite da nossa resistência, diante de uma dor, humilhação, fracasso, derrota ou insucesso.
Diante dos nossos limites, digamos materiais, humanos e psicológicos abre-se o caminho para Deus poder agir em nossa vida, auxiliar-nos na luta e no reerguimento psicológico e espiritual e nos preparar para novos tempos, novas oportunidades e novas conquistas.
Que o Ano Novo, marque o início de novos tempos, mostrando que verdadeiramente as pessoas merecem viver uma vida mais saudável e próspera, com uma cultura e uma educação voltadas para a paz, a igualdade, a justiça, a honestidade e o respeito.
Nenhuma sombra poderia mais ofuscar a luz que brilhava nos olhos do Ressuscitado e dos eleitos.
O fracasso espetacular da sua missão que o tornou irreconhecível na escuridão daquela sexta-feira da paixão, deixando os apóstolos frustrados, com medo e com vergonha, foi apagado pelo triunfo e pela glória que Cristo recebeu do Pai Celeste vencendo a morte e tornando-nos partícipes da sua vitória e da sua glória.