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Editorial

Lait

, de Campo Grande21/03/2015 - 08h00
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Editorial

Lait

21 março 2015 - 08h00

A palavra "lait", em francês, significa "leite". Mas para mim significa mais. É o sobrenome do Luiz Carlos Ferreiro Lait, colega de escola primária, amigo há décadas. Hoje médico sanitarista aposentado, vive ainda em Niterói, onde convivemos, até o início do antigo Curso Ginasial (Fundamental II), que iniciei no Colégio Salesiano Santa Rosa. Depois, minha família veio para São Paulo, mas isso é outra história. Acabo de receber a notícia da perda do pai do Luiz Carlos, Dr. George Washington Lait, nascido em julho de 1920, em Curitiba, filho de um fiscal do TCU, que morou em muitos lugares do País. Formado em Economia e Administração, depois também em Direito, ingressou como Administrador do antigo Estado do Rio de Janeiro, junto com Celso Furtado e Sydney Alberto Latini. Logo tornou-se professor da Faculdade de Economia e Administração de Niterói, e ingressou na Superintendência da Moeda e do Crédito (embrião do futuro Banco Central). Participou da elaboração do Plano de Metas do Governo JK e do Governo do Estado do Rio, com Badger da Silveira, até 1964, tendo dirigido o Banco do Estado, quando foi exonerado pela Ditadura Militar. Levou algum tempo para o DOPS emitir uma declaração de que ele nunca havia cometido ato ilícito em toda a sua carreira. Mais tarde, retomou suas aulas na Universidade Federal Fluminense, UFF, onde aposentou-se em 1990, como Professor Titular. Ele conversava bastante com a gente, meninos ainda. Contava muitas histórias. Lembro de uma agora, sobre o seu amigo Celso Furtado, essa grande personagem da História Pátria, depois exilado, que conheci pessoalmente na França. Ele lembrou que Celso serviu na FEB e ao fim da Guerra, pegou um jipe do Exército, com outro colega oficial, e foram, dirigindo, do Norte da Itália até Paris, que amava. Lembro-me que nos anos de 1970, o Prof. Celso, pessoa extremamente gentil, mas firme, falava muito bem francês, mas com sotaque nordestinomuito forte. O que chamava a atenção. Ele só queria deixar a marca de brasilidade. O Prof. George Washington era extremamente afável. A Dona Emília, esposa dele, mãe do Luiz Carlos, com quem viveu um casamento de 71 anos,também Professora na UFF, era mais rígida. Mas, ao que me lembre, éramos crianças até que bem comportadas, não éramos de dar muito trabalho. Gostávamos de ler bastante, de andar de bicicleta, de passear pela Praia de Icarai, onde morávamos. Fica a saudade de alguém importante na minha vida. E sei, muito importante em nosso País. Meu sentimento Luiz Carlos.

Suami Paula de Azevedo

Suami