O mercado de locação em Suzano está sendo marcado por um cenário de contrastes, enfrentando uma fase delicada. Enquanto há uma grande quantidade de imóveis comerciais disponíveis para alugar, especialmente em regiões nobres da cidade, o segmento residencial segue caminho inverso, com poucas ofertas e preços mais altos.
Segundo o presidente da Associação dos Corretores de Imóveis de Suzano (Acoris), Ademilson Alves Bernardes, este movimento se dá pela própria dinâmica de mercado, influenciado pela situação econômica do Brasil. “Na área de imóveis comerciais, a falta de perspectiva quanto ao cenário econômico e fiscal afugenta novos investimentos e negócios, o que reflete no grande número de imóveis comerciais vazios”, explicou. Bernardes também acrescentou: “Já quanto à parte residencial existe uma migração tanto de quem possui imóveis menores para imóveis maiores, quanto o contrário”. Essa dinâmica do setor pode ser vista de forma positiva e negativa, dependendo do ponto de vista. “Para quem pretende encontrar bons imóveis comerciais, agora é a hora de alugar, pois existem muitas ofertas, o que normalmente faz com que os preços caiam, ou se acomodam em um patamar menor. Ao mesmo tempo que isso acontece, muitos negócios foram fechados, empregos perdidos, assim como também houve uma readequação do negócio com mudança para outros ramos e em outros locais, o que é refletido pelos imóveis fechados”, disse.
O cenário atual pode ser visto em todo o município, mas os aluguéis são mais caros nas áreas centrais. “Há locação em toda a cidade, depende apenas do público que se planeja atingir. Uma loja de celular e capinhas, por exemplo, exige que fique próximo a vias onde exista grande fluxo de pedestres, porque esse é o público e a venda por impulso conta muito para esse ramo de atividade”, contou Bernardes. Ele também apontou que: “. Evidentemente que imóveis centrais, principalmente na Rua General Francisco Glicério e adjacentes, são muito mais caros do que nos demais pontos da cidade. Isso sempre foi assim, chegando um aluguel a valer 10 vezes mais do que outros lugares. Por isso é que depende do tipo e ramo de atividade a que se pretende desenvolver, buscando sempre o melhor ponto com o melhor preço”.
Além disso, o perfil do comprador também é variado, indo de varejistas a moradores. “Não existe um perfil único, mas sempre há uma procura de imóveis na área central da cidade. Grandes redes varejistas, assim como todos os bancos estão na área central, o que faz com que o público venha para o centro da cidade e, com isso, trazendo maior fluxo. O mercado de locação é vivo, isto é, percebe todas essas mudanças e se adapta visando sempre manter os imóveis alugados e gerando renda”, explicou o presidente da Acoris. Para Bernardes, existe um método para criar uma nova página no fluxo de negócios de hoje. “Acredito que se houver uma redução da taxa de juros, principalmente no financiamento imobiliário, irá causar uma nova etapa de construção de novos empreendimentos residenciais, aumentando a oferta e gerando muitos negócios”, concluiu.




Mercado imobiliário em Suzano vive momento de contraste - (Foto: Regiane Bento/Arquivo DS)




