Mateus Sartori se prepara para subir no palco do Teatro Contadores de Mentira da cidade de Suzano com a circulação de shows de lançamento do seu álbum intitulado “Na Volta Que o Mundo Dá”, com uma sonoridade bem diferente daquelas que estamos acostumados a ouvir na obra musical do intérprete.
No sexto disco de estúdio, Mateus Sartori se reinventa musicalmente em 14 canções que tratam, entre outros temas, da importância da arte em sua trajetória. Disponível nas principais plataformas digitais, o álbum funciona como um “grito de alforria” e traz um artista leve e à vontade.
Entre trabalhos temáticos e originais, a trajetória de Sartori como cantor o preparou para o novo CD e para os shows de lançamento, que tem produção e arranjos de Guilherme Ribeiro e apresenta “sonoridade mais moderna e saudosista”. O último termo, porém, está implícito em algumas composições. Uma das “saudades” que podem ser conferidas pelo ouvinte a cada faixa é a nostalgia das apresentações como músico. Sartori ficou distante dos palcos após assumir o cargo de Secretário de Cultura e Turismo em Mogi das Cruzes (2013 a 2020).
“Atuar na gestão pública é apaixonante e muito desafiador, exigindo de nós muita dedicação e estudo. Apesar da possibilidade de conciliar as diversas funções – músico e gestor -, optei por focar meu tempo na administração pública. Confesso que deixar de fazer aquilo que amo não foi fácil, então, agora é hora de voltar a circular cantando e levando minha música para onde isso for possível”, afirma Sartori.
Cada música funciona como um depoimento íntimo do artista, embora essa não fosse a intenção inicial, até mesmo porque as letras são assinadas por diferentes nomes. O repertório, portanto, trata a arte como um “estado de liberdade” e oferece um olhar saudosista sobre o passado.
Esses sentimentos ficam claros logos na primeira canção, "Carrossel do Destino", assinada por Antonio Nobrega e Bráulio Tavares. Aliada a um refrão contagiante, a melodia leve e crescente sugere que “tudo o que aprendemos na vida não é suficiente”.
Na sequência está a faixa-título, de Paulo Cesar Pinheiro e Vicente Barreto, que emociona com versos sobre a saudade que não se sabe bem de quê, a tristeza que não se sabe por quê e a angústia de não se entender tudo na vida. Interpretativa, ‘Na Volta Que o Mundo Dá’ sugere a saudade de seu interlocutor em retornar à criação artística e mostra que, às vezes, o melhor lugar para se estar é aquele por onde já se tenha passado.
Apenas uma faixa tem o próprio Sartori dentre um dos compositores, ao lado de Paulo Henrique (PH) e Henrique Abib: ‘Madeira Santa’. Com rimas que remontam a inocência de outrora, ele canta ter talhado “na madeira santa” a “imagem do amor”.
Vale destaque a melodia de ‘Dona do Sonho’, outra parceria de mogianos, agora Gui Cardoso e Rabicho. Com sonoridade e poesia que fazem referência às tradições e matrizes africanas, a letra trata de uma figura feminina, uma mulher que se torna sereia e que é a protagonista de uma história de amor que se repete várias vezes, no campo imaginário dos sonhos.
O disco ‘Na Volta que o Mundo Dá’ registra também visceralidade, a exemplo das faixas ‘Pescador da Lua’, de Rafael Altério, Rita Altério e Breno Ruiz, e ‘Samba da Utopia’, de Jonathan Silva. Nessas canções Sartori traz o canto “como alforria, um grito de liberdade” e também como forma de protesto.
Como diz o refrão de ‘Pescador da Lua’, ele canta “porque Deus mandou”, e como sugere ‘Samba da Utopia’, sua inquietação vem de “um país que menospreza setores tão importantes como a cultura e a educação”.
Entre outras tantas composições, foi uma de Paulinho Moska a escolhida para fechar o disco, “costurando” todos os temas abordados nas letras anteriores. Como uma conclusão, ‘Tudo Novo De Novo’ traz mensagem forte: “É tudo novo de novo / Vamos nos jogar onde já caímos / Tudo novo de novo / Vamos mergulhar do alto onde subimos”.
De fato, Sartori mergulha. Se joga na arte, na música. E ainda bem que faz isso, porque ‘Na Volta Que o Mundo Dá’, com sua sonoridade moderna e que se diferencia de qualquer outro álbum já lançado por ele, se mantém como toda a ideia de sua concepção: “voltar para o lugar que me fez bem, que me enche de saudade e me liberta: a música”, afirma o cantor.
“É bem diferente ouvir o álbum nas plataformas digitais e no show. O Show tem mais energia, além de surpresas no repertório e com arranjos inéditos e originais de músicas do Cazuza, Plebe Rude, Mutantes, Gonzaguinha e outros”, diz Sartori.
O show acontece no Teatro Contadores de Mentira, dia 08 de julho, sexta, 20h00 e tem entrada gratuita.
Ficha técnica
Mateus Sartori estará acompanhado de: Guilherme Ribeiro (piano e acordeon), Fernando Baeta (Violão e Guitarra), Henrique Simas (contrabaixo) e Filipe Lapa (bateria).
O artista
Mateus Sartori é músico, arquiteto urbanista, turismólogo, gestor cultural e empresário e cursou Gestão Cultural no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc e é pós-graduado em Gerente de Cidades (FAAP) e Cultura: Plano e Ação (USP).
Como músico possui seis álbuns lançados, dividiu palco Jorge Vercillo, Jair Rodrigues, Ivan Lins, Guinga, Renato Brás, Flávio Venturini e outros grandes nomes da MPB e é autor do livro “Política Cultural: Uma Construção Coletiva” lançado em 2020.
Atuou como secretário de Cultura e Turismo em Mogi das Cruzes (SP) de 2013 a 2020 e coordenou as ações e projetos ligados à juventude na administração pública.
Foi o articulador na criação das Câmaras Técnicas Regionais de Cultura e Turismo da Região Alto Tietê e o representante regional na comissão de elaboração do Plano Estadual de Cultura de São Paulo.
Como gestor público, entregou 11 novos equipamentos culturais em 08 anos, participou ativamente na redação e aprovação de 18 legislações municipais de fortalecimento da gestão cultural e do turismo no município de Mogi das Cruzes e na vinda da unidade do SESC para a cidade, e implantou o Programa Diálogo Aberto, programa de gestão participativa que realizou 318 fóruns com mais de 17 mil participantes.
Foi fundador e vice-presidente do Conselho Gestor da Associação de Dirigentes Municipais de Cultura (ADIMC) e atualmente está como Secretário de Cultura e Turismo de Guararema.




Mateus Sartori se apresenta em Suzano nesta sexta-feira - (Foto: Divulgação)




