A MRV Engenharia, responsável pelas obras nos conjuntos habitacionais Solar das Hortênsias e Solar das Oliveiras, anunciou que a construtora está tomando medidas judiciais cabíveis para a reintegração de posse nos condomínios. Há cinco dias os apartamentos são ocupados, no Jardim Fernandes. A construção ainda não está concluída e pertence ao programa 'Minha Casa, Minha Vida', do Governo Federal. Os ocupantes têm trabalhado para concluir as obras. Segundo os líderes da ocupação, a MRV teria retirado a equipe e as ferramentas da empresa avaliadas em R$200 mil. Na ocasião, eletricistas, funcionários da hidráulica, e até mesmo um engenheiro da construtora deixaram orientações para a finalização. No momento, os próprios moradores estão realizando os reparos necessários, utilizando os materiais, uniformes e botas de segurança cedidos pela construtora. Ainda de acordo com os moradores, a empresa não deu qualquer previsão de conclusão e que a obra seria embargada. A cabeleireira Gleice da Silva é uma das líderes. Segundo ela, os moradores vêm de comunidades próximas, principalmente do Marengo. "São pessoas sem moradia, famílias trabalhadoras. Damos preferência para quem tem crianças e idosos". A construção dos condomínios é destinada a participantes do 'Minha Casa, Minha Vida'. A cabeleireira ressaltou que muitos dos ocupantes também estão no programa e que os moradores aceitam pagar uma taxa à Caixa Econômica Federal, assim como os cadastrados no programa. "Somos todos de baixa renda e, se o cadastro seguir o modelo dos demais, esperamos pagar cerca de R$30 por mês". Gleice disse que todos os 440 apartamentos estão ocupados e que ainda há uma lista de espera com 530 famílias. A dona de casa Cícera Maria da Conceição mora com o filho em um cômodo na comunidade Marengo e aguarda uma vaga na ocupação. "Meu filho é o único que trabalha, como autônomo. O aluguel do cômodo é R$300. Esse apartamento é um sonho". A todo instante os ocupantes chegam com mudanças. A aposentada Dalva Macedo Ramos, de 70 anos, conta que veio de Itaquera, em São Paulo, para ocupar o condomínio. "Moro com dois filhos doentes. Cheguei à ocupação através de uma amiga que mora no Marengo". Sobre as invasões, a MRV informou que mantinha a segurança no local, mas que não foi capaz de conter o acesso dos invasores. A empresa se preocupa com as dificuldades e atrasos que poderão sofrer os usuários finais dos apartamentos em virtude desta ocorrência. A Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação também se pronunciou sobre o caso. A pasta desenvolve ações estratégicas para evitar novas invasões. Por questões de segurança, tais ações não podem ser divulgadas.









