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Jornal Diário de Suzano - 08/05/2024
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Coluna

Aos Professores

18 outubro 2022 - 05h00

Minha professora de primeiro ano não era de muita conversa e de sorrir, aspecto sisudo, sempre de saia justa cinza e blusa impecavelmente branca e bem passada, o cabelo parecia ter os fios colados uns aos outros e finalizavam num coque simples, trazia um estojo cheio de giz, nos cumprimentava colocando-nos em pé para responder a sua saudação e devíamos sentar sem fazer barulho.
Aos poucos e com muita dedicação foi nos ensinando palavra por palavra, até assimilarmos todo o alfabeto, ao mesmo tempo nos ensinava continhas simples de somar e diminuir.
Sua letra redonda e uniforme nos dava a impressão que seguia um trajeto linear no quadro negro, tínhamos nossa atenção toda voltada para ela.
A saída para o recreio devia ser de modo silencioso e respeitador, ela levava pela mão a primeira criança da fila e seguíamos com cuidado para não causar nenhum som até chegarmos ao pátio onde tirávamos o conteúdo de nossa lancheira com educação e sem muita conversa e nos alimentávamos com aquelas gostosuras que nossa mãe havia preparado.
Somente após comer e lavar as mãos podíamos brincar com as demais crianças, era nosso momento de folguedo e como era bom,
Depois de dona Maria Aparecida, tive outras professoras e lembro o nome delas, Laurita, Yvette e Norberta, fizeram parte da primeira fase da minha vida escolar, o que chamávamos de curso primário. Dona Yvette e Irmã Norberta me acompanharam mesmo fora dos bancos escolares, a primeira por ter se tornado minha amiga e acompanhado meu crescimento e a segunda porque foi também professora de minha irmã mais nova.
Durante minha vida tive outros professores e professoras que marcaram minha vida pelo que puderam me ensinar, tanto no ginásio como no colégio e depois na faculdade, onde acabei me tornando amiga e colega de profissão de alguns dos mestres.
Certamente tenho que reconhecer que minha primeira professora foi com certeza minha mãe que muito me ensinou e preparou para a vida e sou grata pelos seus ensinamentos que até hoje me conduzem.
Mas foi com professoras primárias dedicadas que aprendi as primeiras letras e a articular as palavras, eram exigentes, mas graças à maneira de nos conduzir que hoje posso agradecer, pois, escrevo e leio sem problemas, a severidade nos fazia dedicar mais atenção ao que aprendíamos e buscar demonstrar que nos dedicávamos nas lições de casa, não só para merecer boas notas, mas também para demonstrar que havíamos aprendido o que nos fora ensinado.
Graças a elas me foi possível ter facilidade para escrever, colocar no papel as minhas ideias, os pensamentos, elaborar petições e ler entendendo o conteúdo e o que o autor quis dizer.
Talvez pareça pouca coisa, entretanto, esse aprendizado é que torna as pessoas melhores, afinal sabendo ler e escrever temos acesso à informação, passamos a perceber o que de fato acontece e a ter opinião formada sobre diversos assuntos.
Com o passar dos anos também me tornei professora e pude sentir orgulho dessa profissão, hoje tão desvalorizada e até mesmo desrespeitada. Professor é aquele ser que deve merecer todo nosso respeito e reverência, a eles devemos o que somos, pois, nos conduziram com paciência e perseverança para que aprendêssemos e evoluíssemos, nos clareando as ideias e iluminando nosso entendimento, nos aperfeiçoando.