Se olharmos com atenção quando caminhamos pelas ruas de nossas cidades vamos perceber que vidas de quatro patas circulam cabisbaixas e tristes, normalmente buscando comida, água e um abrigo.
Alguns passam por nós e sequer nos damos conta, pois, estamos envolvidos em tantos problemas que não percebemos o que ocorre à nossa volta.
Outros nos chamam a atenção pelo olhar triste, alguns têm os olhos úmidos, as lagrimas de tristeza pelo abandono são visíveis enquanto buscam em meio a tanta gente aquele ser cruel que o largou a própria sorte, depois de receber tanto amor, porque mesmo abandonados não deixam de amar quem um dia os acolheu.
Pontos de ônibus são locais onde muitos perambulam, afinal ali sempre tem alguém que lhes dá algum petisco, um pedaço de lanche ou qualquer coisa que engane a fome que sentem.
Temos podido perceber também que alguns desses animais têm sorte de ser acolhidos, mesmo nos espaços públicos como os pontos de taxi e, lá ganham casinhas, agasalhos, agua e alimento, além de carinho dos amigos que os protegem. Estão bonitos, gordinhos, felizes e retribuem esse amor os protegendo e zelando pelo espaço que ocupam.
Nas ruas alguns buscam alimento rasgando sacos de lixo, virando lixeiras, precisam comer e ninguém percebe que a fome é cruel com eles que não sabem falar, simplesmente lançam olhares que na maioria das vezes não são entendidos. Quando avançam sobre esses sacos normalmente esparramam seus conteúdos e muitas vezes são enxotados a pontapés, sem nem sequer conseguirem alcançar algo que lhes forre o estomago que doe faminto.
Muitos são abandonados ao longo de estradas onde caminham estressados com o movimento dos veículos que vão e vem em velocidade, muitas vezes os atropelando e abandonando à própria sorte, com membros fraturados ou mortos, sem nem mesmo sentir remorso ou preocupação pelo mal causado a esse ser vivente e sofredor, imaginam que se trata de um reles animal.
Existem alguns lugares que parecem atrair essas pessoas que desejam abandonar seus animais, porque apesar de desejar se ver livres deles espera que ali recebam algum tipo de ajuda e um desses locais em nossa região é o complexo hospitalar Arnaldo P. Cavalcanti, no bairro de Jundiapeba em Mogi das Cruzes.
Cães e gatos são largados lá, às vezes de forma sorrateira outras aos olhos de todos e, assim vão se acumulando ali uma quantidade imensa desses animais que alguns moradores e funcionários buscam cuidar, alimentando para que não venham morrer à mingua.
Uma mulher se encarrega de cuidar deles com mais atenção, pede doação de alimentos, de cobertores, de casinhas e busca abriga-los do frio e da chuva.
Entretanto, nem todos ali veem com bons olhos esse cuidado com animais e destroem casinhas, jogam no lixo as caixas de papelão que os aquece, até mesmo os cobertores e panos são descartados no lixo.
Hoje já não consegue nem mesmo castrar, pois, não tem nenhum local para mantê-los em recuperação e, com isso o risco de ver essa população crescer é real.
Pobres animais que ao desabrigo e sem amparo trazem a tristeza no olhar que lançam aos que passam suplicando por um pouco de atenção, algo que os alimente e os aqueça.
Infelizmente somos seres humanos cruéis e muito mais irracionais que eles...