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Jornal Diário de Suzano - 04/05/2024
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Coluna

Celulares

31 outubro 2023 - 05h00

Dia desses recebi uma mensagem de uma mãe me falando de pessoas que se tornam presas desses equipamentos de forma a não conseguir manter qualquer outra atividade sem deles fazer uso.
Adultos muitas vezes deixam as boas conversas em família, de observar o comportamento dos filhos e suas necessidades envolvidos que estão pelas conversas e informações muitas vezes desnecessárias que esse objeto tão pequeno nos permite acessar.
Por vezes vemos pessoas reunidas para lanchar, mas cada um porta seu aparelho, sequer se olham, nada de colocar a conversa em dia, de trocar ideias, de relembrar fatos interessantes já vividos... Repentinamente podem até tirar fotos com o grupo, para mostrar a alguém distante que também está reunido com amigos, sem perceber que tão distante quanto seu interlocutor muitas vezes pode estar vivenciando a mesma cena a quilômetros dali, deixando de participar de uma conversa produtiva com seu grupo, para manter um dialogo por uma rede social com alguém que sequer conhece pessoalmente.
No lar as conversas em família também se reduziram muito, a presença do celular é cada vez mais frequente na mão de cada membro, inclusive dos menores a título de distraí-los.
Quando não é o celular no interior dos lares é também a televisão com a apresentação de séries, reportagens políticas ou policiais, jogos de futebol e seus comentários desnecessários,
fofocas de artistas que mantém a atenção de alguns que sequer permitem ser interrompidos para não perder um só minuto de algo que de verdade não lhe diz respeito e nem irá mudar sua situação pessoal ou financeira. 
Dessa maneira muitas vezes as refeições são feitas de maneira silenciosa cada um envolvido com seu comunicador pessoal, até mesmo tomando ciência de algo que não percebeu, mas aconteceu dentro do seu próprio lar.
Esse desligamento causa danos irreversíveis, pois, crianças sem maturidade suficiente para perceber que podem estar sendo enganadas, são levadas por conversas com pessoas perigosas que as envolvem, muitas vezes demonstrando uma compreensão inexistente da situação de solidão em que essa criança vive, não pela ausência física dos pais e parentes próximos, mas da ausência de carinho e atenção tão comum atualmente.
Então com sua carência afetiva à flor da pele ouve palavras confortadoras e amistosas que parecem consolar seu coração e assim acabam envolvidas e se deixam cativar por pessoas perigosas que tem na verdade interesses escusos.
É comum também ver pais e mães que para conseguirem dar conta de seus afazeres ou atender seus interesses, entregam nas mãos de quase bebês esses aparelhos já conectados aos joguinhos coloridos e movimentados ou desenhos para entreter essas crianças ainda tão pequenas, que aprendem rapidamente a manipular esses aparelhos, como se já os conhecesse de longa data, viciando-os de tal maneira que acabam vivenciando cenas desagradáveis quando em público não desejam repartir o uso desse equipamento, pois, para conseguir seus objetivos essas crianças promovem muito barulho chorando e chamando a atenção como se fossem vítimas de algum tipo de violência.
Muitos até se tornam violentos quando são proibidos pelos parentes de ter acesso ao celular que podem se transformar em pequenos monstros perigosos, como aconteceu e foi recentemente noticiado...
Reativar o diálogo em família é urgente e necessário para termos uma sociedade melhor e mais amorosa em breve tempo...