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Jornal Diário de Suzano - 05/05/2024
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Coluna

Estamos todos nostálgicos

30 maio 2023 - 05h00

Nas (poucas) reuniões familiares e de amigos que temos, percebemos que as conversam giram em torno dos bons tempos que vivemos com a família, da infância, dos bancos escolares, das conversas nas calçadas com os amigos.
É certo que falo de pessoas de mais idade que viveram isso intensamente antes do aparecimento da internet e do celular.
Essas pessoas lembram saudosas do tempo que visitar os familiares próximos ou os parentes mais distantes era coisa comum. Nossos pais nos preparavam, após o banho podíamos colocar nossa roupa de passeio e saíamos todos de casa pais e filhos, mais parecia uma comitiva, e nos dirigíamos à casa do familiar, sem prévio aviso. Lá chegando éramos recebidos com satisfação pelos donos da casa, sorriso aberto e franco nos recebia carinhosamente e todos adentravam a sala confortável, nossos pais entabulavam conversas que não nos dizia respeito e nós ficávamos sentados comportados sem emitir nenhum som, quando muito acariciávamos o cachorro que vinha nos fazer companhia.
Depois de algum tempo, éramos chamados à cozinha para um café, tão farto que nem sabíamos por onde começar, pois, havia pães diversos, bolos, bolinhos, leite, café e sucos... Uma fartura para ser denominado simplesmente de café, mas isso não nos surpreendia, afinal era assim também quando recebíamos visitas em casa. Tudo simples e generoso...
Os filhos podiam conversar com as crianças da casa, mas o comportamento tinha que ser irrepreensível, bastava um olhar ligeiro para entendermos que em casa teríamos uma conversa séria sobre nosso comportamento. Voltávamos felizes com o passeio, nossos pais conversando e nós pulando amarelinha nos desenhos das calçadas e rindo das pequenas travessuras que praticávamos acreditando que não eram percebidas por nossos pais. As conversas nas calçadas com os vizinhos, onde cada um trazia sua cadeira e os papos se delongavam enquanto as crianças em segurança podiam brincar de queimada, amarelinha, pega e esconde, passa anel e tantas outras brincadeiras que havia e que hoje estão esquecidas, os adolescentes não se misturavam e um pouco mais distante conversavam em voz baixa sobre seus "segredos" e descobertas, sobre os amores platônicos, enquanto a Lua iluminava a rua mais fortemente que as lâmpadas dos postes... Falávamos de saudade, esse sentimento tão dolorido, mas, trazíamos na lembrança todos os bons momentos vividos, porque havia muito mais proximidade e contato com as pessoas e, sabíamos compartilhar esse sentimento sem tanto sofrer, sem amargor. Sentíamos a falta, mas o remorso pela ausência em vida não existia...
Atualmente alcançamos o progresso com a internet, os meios rápidos de comunicação, eliminamos as conversas ao telefone ou as confidências em longas cartas, os veículos passaram a ser parte de nossas vidas, as facilidades geraram mais conforto, entretanto, estamos sós...
Às vezes reunidos não nos falamos, preferimos conversar pelo celular com amigos que ali não se encontram, perdemos o contato físico, o abraço aconchegante, o olhar receptivo e cheio de amor e entendimento, as mãos estendidas que nos apoiam e seguram nos momentos difíceis, as palavras de incentivo, o sorriso de aprovação até mesmo a risada sonora por alguma travessura... Trocamos tudo isso pela companhia do computador nas redes sociais, pelo celular que nos individualiza, pelos trabalhos sem companhia, pelo café solitário... 
Já vivemos tempos melhores e hoje tão saudosos...