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Jornal Diário de Suzano - 08/05/2024
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Coluna

Nada será como antes

04 outubro 2022 - 05h00

Dia destes passando pelo caminho que faço diariamente bateu uma saudade de pessoas que já não convivem conosco neste plano e, imaginei como seria bom voltar no tempo...
Passar ali naquela rua de um só quarteirão e parar para tomar um café, trocar uma prosa gostosa, rir do resultado do futebol, falar sobre as eleições, os candidatos e talvez até acertar uma pequena viagem até Aparecida, infelizmente esse casal querido de tios por parte de meu esposo já não mais são encontrados naquela casa que continua igual apesar do tempo.
Sigo meu caminho e lembro-me de uma amiga, quase irmã, tinha sempre à mesa uma garrafa de café e uns biscoitinhos, amiga para todas as horas, tinha um abraço delicioso daqueles que mergulhamos e nos sentimos acolhidos, mas ela também não mais está aqui...
Olhei para o asfalto com alguns buracos que devemos desviar e me vi ali mesmo naquela avenida dirigindo com cuidado nos dias de chuva e o piso de paralelepípedo escorregadio que exigia mais cuidado, 
Agora o piso de asfalto sem manutenção frequente, fica todo esburacado e o que vemos são veículos desviando aqui e acolá e, se não tivermos atenção acabamos causando um acidente.
Com a mente lá no passado lembrei com saudade do tempo que antes de vir para o trabalho passava diariamente na casa de minha mãe, levava os pãezinhos fresquinhos e, usufruía de um delicioso café, acompanhado sempre de uma conversa edificante, de boas lembranças, de risadas gostosas quando ela comentava das travessuras que fazíamos acreditando que ela não percebia...
Lembrei-me do tempo que morávamos todos na mesma casa, meus pais, irmãs e irmão, as brigas eram uma constante... Ah! Mas, eram brigas passageiras por motivos fúteis, só para poder discutir entre irmãos mesmo... Quem ia arrumar as camas, quem lavaria a louça ou ia dar início ao almoço, coisas corriqueiras que de fato não eram levadas a sério por nenhum de nós, que logo a seguir estávamos conversando novamente ou iniciando outra discussão rápida que seria esquecida de imediato.
A vida é mesmo assim, todos os dias a marcamos com uma série de atividades, umas rotineiras outras não, mas, certamente lá no futuro nos lembraremos com saudade de tudo isso que vivenciamos e que nem sempre demos o devido valor por conta de outros compromissos que assumimos...
A saudade vira nossa companheira após caminharmos alguns anos e as pessoas que convivemos vão terminando suas jornadas por aqui e mudando de plano, deixando um vazio, um espaço que não mais será preenchido, mas que fará parte de nossas memórias e vez ou outra retorna com força e nos fazem recordar tudo que vivenciamos como se tivesse acontecido recentemente de tão nítidas são as lembranças.
Viver é isso, essa constante troca de afeto, de atenção, de reciprocidade que devemos ter com aqueles com quem convivemos, para que um dia possamos usufruir dessas boas lembranças, mesmo que a saudade nos aperte o coração e muitas vezes nos faça sentir as lágrimas escorrerem pelo nosso rosto, trazendo de certa forma um alívio para aquela dor que aperta o peito, nos dando o intenso desejo de poder reviver tudo aquilo, se possível usando um super poder para voltar no tempo e abraçar todos aqueles que já partiram, dizer olhando nos olhos quanto os amamos e quanta falta fazem nos dias atuais...