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Jornal Diário de Suzano - 05/05/2024
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Coluna

Diferenças

07 outubro 2023 - 05h00

Estava pensando em umas tantas diferenças que enfrentamos na vida que vão nos impactando. Esses últimos dias tivemos diferenças gritantes nas temperaturas de nosso mundo. Não foi só coisa do Brasil, na Europa, nos Estados Unidos, como no Japão, as coisas andaram, andam, meio loucas. Aqui tivemos no mesmo dia fases meio absurdas, de madrugada descíamos a 12 graus, enquanto as tardes subiam a 30 graus. Não há metabolismo que aguente. Temos de ir nos adaptando, nos adequando ao que vai surgindo.
Na minha Poesia fui revivendo meus sonhos, minha vida. E identificando o que me passou e o que me vinha. Como agora, próximo aos meus oitenta anos vividos, sinto que tentei e tento entender o que me vem. Como você se vê ante tantas diferenças no seu tempo?
Disse assim, no meu livro “Paisagens, Passeios pela Vida” (2016), no Poema “Quase Ileso”:
“vivi a juventude dita nos sonhos perdida/ fugi disfarçando o meu peito/ como antes já disse/ nem tanto incólume/ daqueles mais sorrateiros abraços/ e após nas ambições dos mais matreiros//
não me acabaram nem as tantas maldições/ nem me afoguei nas mágoas pelos cantos//
disso tudo já me dei mesmo conta/ depois do que se tenta na santa vida//
as tantas mulheres que amei deveras/ as que me juraram amor sem medida/ quanto aquelas de que me ausentei/ dediquei todo o meu afeto/ e perdoei as que dor me causaram//
sei quanto os meus tropeços custaram/ eles foram muitos e seguidos/ na mesma estrada esquecida/ em que aprendi jamais se volta/ nas tantas vezes em que trôpego me lancei/ por esses tantos dias que a mim se abriram/ das causas a que me entreguei como fera/ as que tão ingênuo me dei/ escapei tanto e tantas as vezes/ sem jamais saber como/ o que só agora sei/ tem sido muito do bem/ de toda essa minha proteção//
nesse tempo todo/ que pelas minhas mãos escorreu/ ao reconhecer a luz que se abriu/
tornei-me um homem livre/ e de bons costumes/ para glorificar a verdade e a justiça//
talvez por isso/ como hoje alcancei/ que na vontade de seguir/ direcionando a proa/ e iluminando o caminho/ restarão sempre em mim/ a música/ nos olhos que se projetam/ e/ os versos meus”
Outubro nos surgiu. Como será mais esta temporada? Os comentários que fazem na TV são de que teremos muito calor até Fevereiro. E as chuvas de Verão? Teremos? Fortes? Ou serão secas de desertos? E as pessoas? E os nossos encontros? Estamos indo de forma aceitável? Enfim, vamos dar tempo ao tempo?...
Tentei expressar minha vontade de afastar dúvidas, em outro Poema, “Vislumbre”:
“por vezes nos chega a luz tênue/ das dificuldades a enfrentar/ mesmo sem querermos aperceber//
tantas vezes nós divisamos/ as atraentes sendas que se esboçam/ como saídas aos nossos lados/ quase sempre a se exibirem vivas/ como verdejantes alamedas//
apercebemos serem sedutores riscos/ por isso/ quem sabe?/ tem vezes que nos desviamos/ mesmo sem refletir no sentido/ do caminho a seguir adiante//
quase sempre nem resta nos arrependermos”
A Poesia também nos faz refletir sobre o mais adiante. Ou não?