segunda 06 de maio de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 05/05/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

Ainda que falhemos

21 agosto 2022 - 05h00

Logo após o grande sofrimento que Jesus passou no Getsêmani, ele foi preso. Junto com Judas, que o havia traído, vinha uma grande multidão, armada com espadas e porretes, enviada pelos chefes dos sacerdotes, pelos mestres da Lei e pelos líderes judeus. Houve grande alvoroço. As multidões - talvez, aquelas que sempre acompanharam o ministério de Jesus, vendo-o curar doentes, expulsar demônios, fazer milagres, ressuscitar mortos, multiplicar pães, saciando-lhes a fome, ensinar; agora, tratam Jesus como se fosse um bandido. (Marcos 14:48-49) As multidões, facilmente influenciadas por pessoas mal intencionadas, falharam com Jesus. Mas os seus discípulos que caminharam com Ele tão de perto, tão intimamente, também falharam. Ao verem Jesus ser preso, todos os discípulos abandonaram Jesus e fugiram. Até mesmo um jovem, seguidor de Jesus, que estava enrolado num lençol de linho, fugiu nu, quando tentaram prendê-lo. A tradição diz que esse jovem era João Marcos, que escreveu mais tarde o Evangelho de Marcos, e que se tornou um dos companheiros do apóstolo Paulo em suas viagens missionárias. Pedro, que estava sempre tão próximo de Jesus, que havia dito momentos antes que nunca O abandonaria, mesmo que todos o abandonassem, ouvindo do Mestre que naquela mesma noite, antes que o galo cantasse duas vezes, ele diria três vezes que não conhecia Jesus, também falhou. Pedro insistiu - "Eu nunca vou dizer que não o conheço, mesmo que eu tenha de morrer com o Senhor". (Marcos 14:27-31) Vemos aqui um provável João Marcos que foge, um Pedro que foge e nega Jesus, discípulos tão amados, que abandonam Jesus na hora em que Ele mais precisava de apoio e suporte, movidos pelo medo momentâneo. Por esse recorte de realidade, poderíamos imaginar que tudo o que Jesus ensinou e fez por esses homens havia-se perdido. Mas, se avançarmos na história bíblica, vemos que todos esses homens, que falharam naquele momento, deram mais tarde as suas vidas pelo Evangelho de Cristo, sendo grandemente usados por Deus. Homens que foram alcançados e recuperados pelo amor e pela graça de Jesus. Jesus nos conhece profundamente. Nós mesmos não nos conhecemos. Por isso, é importante ter um espírito humilde, de quem depende da graça e misericórdia de Deus para não cair. Podemos condenar Pedro por ter negado Jesus com palavras mentirosas. Todavia, antes de condená-lo, precisamos nos perguntar se não faríamos coisa semelhante se estivéssemos acuados, cheios de medo. Quando criticamos alguém por um ato ilícito, temos de avaliar, se nós não cometeríamos tal ato. A nossa confiança deve estar firmada não na nossa força, mas na força que Cristo nos dá para vencermos tentações e provações. O nosso olhar para Pedro deve ser tanto para o Pedro que chamou Jesus de Messias pela primeira vez (Mateus 16:16) como para o Pedro que o negou três vezes. ( Marcos 14:72) "Então Pedro caiu em si e começou a chorar". Foi, certamente, o choro de quem reconhecia que não era tão fiel a Jesus quanto pensava. Um choro profundo de quem reconhece a sua fragilidade, o seu pecado. Admitir as nossas fragilidades nos ajuda a permanecer firmes nos momentos desafiadores da vida. Nada é mais detestável para Deus do que o orgulho. Das muitas formas que esse pecado assume, nenhuma é mais abominável do que o orgulho espiritual. Ser orgulhoso dos dons que Deus concedeu, ou da posição a que a Sua graça nos elevou, é esquecer de que a graça é uma dádiva, e que tudo quanto temos nos foi dado por Ele. A humildade nos faz dependentes de Deus e de sua graça; a humildade nos leva a reconhecer e corrigir os nossos erros, a humildade nos ajuda a não julgar o próximo, a humildade nos leva a buscar ajuda, quando precisamos, a humildade faz com que não nos julguemos melhores do que os outros. "Ó Deus, o meu sacrifício é um espírito humilde; Tu não rejeitarás um coração humilde e arrependido". (Salmo 51:17) Quando erramos, devemos pedir perdão a Deus, porque isso restaurará a nossa comunhão com Ele. O arrependimento inclui a confissão do pecado, o pedido de perdão, e a disposição sincera para não cometer novamente o erro. Mas, ainda que venhamos a falhar, tenhamos a certeza de que Jesus está sempre pronto a nos perdoar e levantar!