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Jornal Diário de Suzano - 05/05/2024
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Coluna

Alimentando a esperança

25 setembro 2022 - 05h00

Em um discurso recente na ONU, o secretário geral, António Guterres, fez uma declaração importante, quando falava do multilateralismo, referindo-se à passagem de grãos pelo Mar Negro, depois de muita negociação com a Rússia e Ucrânia, intermediada pela ONU e pela Turquia. Ele enfatizou que, além de mitigar os efeitos da crise de alimentos no mundo, transportando insumos a locais em necessidade, essa ação também levou ao mundo uma "commodity em falta", a esperança. E isso chamou a minha atenção. Pesquisas recentes mostram que o pessimismo está crescendo absurdamente no mundo. Existe uma crise de confiança global, em que tudo está sob suspeição. As pessoas estão vivendo sem perspectivas e expectativas positivas quanto ao futuro. Depois da grave pandemia de COVID pela qual passamos, com consequências para a saúde física e mental, temos que enfrentar ainda o aumento do custo de vida; consequentemente, o aumento das desigualdades, que mais se agrava com as mudanças climáticas, com a má distribuição de renda e com os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Injustiças de toda sorte existem no mundo. Sempre existiram! Parece uma missão impossível que consigamos pensar e agir em prol da coletividade. Infelizmente, cada um está olhando para o próprio umbigo. O autor do livro de Eclesiastes, abordando a questão da injustiça, diz: "Então olhei de novo para toda a injustiça que existe neste mundo. Vi muitos sendo explorados e maltratados. Eles choravam, mas ninguém os ajudava. Ninguém os ajudava porque os seus perseguidores tinham o poder do seu lado". (Eclesiastes 4:1) Salomão está deixando registrado que a injustiça domina o/no mundo, o qual é controlado pelos poderosos e opressores. Deus, no entanto, não aprova a injustiça, que soa como um acinte ao Seu caráter absolutamente justo. No Reino de Deus, a justiça é um valor que deve ser buscado e praticado por nós! Um cristão não deve aceitar a injustiça passivamente. Mais do que isso, devemos evitar cometer injustiças. Em cometendo, devemos nos comprometer com a reparação. É interessante que, na Bíblia, a palavra "justiça" aparece 371 vezes. Mais do que a palavra "amor" que aparece 245 vezes.
Como alimentar a esperança, vivendo entre tanta desesperança? Ter esperança é acreditar que algo muito desejável vai acontecer. Então, a esperança está ligada à confiança e à fé. Quando a nossa confiança está depositada em Deus, podemos estar certos de que hoje pode parecer o fim, mas ao amanhecer, com o surgimento de um novo dia, as esperanças se renovam. Assim escreveu o rei Davi: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". (Salmo 30:5) Isso é o que acontece com aqueles que confiam em Deus. Há sempre o brilho de uma esperança na gota de uma lágrima, num abraço de acolhimento, num gesto de amor. Todos nós podemos fazer coisas em nosso dia a dia que tragam esperança para esse mundo caótico. A vida tem muitos espinhos, é verdade. Aqui nessa terra passamos por montanhas e vales. Nossa vida vai bem, mas, de repente, algum imprevisto acontece, e tudo muda. Caminhamos pela graça de Deus derramada sobre nós. Para o apóstolo Paulo, Deus disse: "A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte, quando você está fraco". (II Coríntios 12:9) Muitas vezes Deus não vai tirar o espinho que nos incomoda. Todavia, Ele nos dá de Sua graça para seguirmos em frente. Graça é brisa suave que vence os vendavais da vida. Graça é favor de Deus, consolo, é força que nos ajuda na fraqueza, é o milagre que nos tira do fundo do poço. O texto de Jeremias 29:11 nos anima - "Só eu conheço os planos que tenho para vocês; prosperidade e não desgraça, e um futuro cheio de esperança. Sou eu, o Senhor, quem está falando". Deus espera que desenvolvamos uma atitude de esperança, mesmo diante de circunstâncias desfavoráveis, mesmo quando tudo parece perdido. Jeremias escreveu essas palavras, ditas pelo próprio Deus, em um tempo de traição, corrupção política e religiosa, que formava um quadro sombrio de desolação. A nação estava dividida: uma parte continuava na terra, e a outra estava no exílio babilônico, como cativos. Mas Deus mostra uma outra perspectiva de realidade - esperança e futuro. Por 40 anos, Jeremias conviveu com um povo que, por causa de seu próprio pecado, tinha perdido a esperança. Todavia, Deus promete um tempo novo para esse povo - de esperança e futuro! Por mais difícil que seja a nossa história, há esperança!