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Jornal Diário de Suzano - 08/05/2024
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Coluna

Esperança é preciso

12 novembro 2023 - 05h00

Há um pouco mais de um ano escrevi sobre esse tema, abordando um dos discursos de António Guterres na ONU, por ocasião da guerra entre Rússia e Ucrânia, em que ele falava sobre uma "commodity" em falta no mundo - a esperança. A recente guerra entre Israel e o Hamas, que tem atingido tantos inocentes, nos faz refletir sobre a necessidade de mantermos acesa a chama da esperança, na contramão de todo o pessimismo crescente no mundo. "Esperança" pode ser associada a um sentimento, a uma expectativa, de quem enxerga como possível a realização daquilo que se deseja e espera; pode ser a confiança de que se vai superar a realidade vigente e ficar bem novamente. O cristão tem esperança em Jesus. Essa esperança transpõe as circunstâncias. O profeta Habacuque em uma fase de sofrimento, dor e escassez, diz: - "Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas; todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação". (Habacuque 3:17-18) Perplexo diante do que estava acontecendo e do que poderia acontecer com o seu povo, Habacuque escolheu viver com esperança. Muitas vezes nós ollhamos para o quadro caótico diante de nós e ficamos contaminados pela desesperança. Seja uma crise pessoal, familiar, nacional, mundial, mantenhamos a esperança viva em Deus, para quem nada é impossível.
No tempo de Habacuque, o reino do Sul, Judá, estava prestes a ser invadido pelos caldeus, o que aconteceu de fato em 586 a.C. Expressando a sua dor, Habacuque, especialmente no capítulo 3, faz uso de termos relacionados à agricultura, como a figueira, a parreira, a oliveira, comuns na região. Em um cerco por parte do inimigo haveria a tragédia da falta de alimento, pelo comprometimento de toda a agricultura e pecuária. No Israel antigo, a figueira era fonte de segurança e descanso. As pessoas podiam até morar sob as suas sombras. O fruto dela compunha, junto com a uva, a azeitona, a romã, o trigo, a cevada, o azeite e o mel, a base da alimentação dos hebreus. Doces e remédios eram feitos com o figo. Situação terrível seria a perda de tudo isso, e pior - a perda da liberdade, de seu chão, de sua terra, de sua casa, de sua família, de sua cultura, a perda da própria vida! É comum em tempos de adversidade, quando o sofrimento nos alcança, perguntarmos: "Por quê?"; "Até quando, Senhor?". Deus não se importa que perguntemos, desde que estejamos dispostos a ouvir a resposta dele. Podemos abrir o nosso coração para o Senhor e falar. Mas, sobretudo, desejemos ouvir o que Ele tem a nos dizer. 
Não somos diferentes de Habacuque. Sofremos diante das injustiças, da corrupção moral e política, das guerras, diante das maldades e perversidades que existem no mundo. Como alimentar a esperança, vivendo entre tanta desesperança? A esperança está ligada à confiança e à fé. Quando a nossa confiança está depositada em Deus, podemos estar certos de que hoje pode parecer o fim, mas ao amanhecer, com o surgimento de um novo dia, as esperanças se renovam. Assim escreveu o rei Davi: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". (Salmo 30:5) Isso é o que acontece com aqueles que confiam em Deus. Há sempre o brilho de uma esperança na gota de uma lágrima, num abraço de acolhimento, num gesto de amor. Ao enfrentarmos situações difíceis pensemos no que Deus já fez e continua fazendo por nós. Se nos deixarmos levar apenas pelas nossas emoções ou pelo problema em si, podemos nos desesperar e entrar em pânico. Olhemos firmemente para Aquele que não perdeu o controle de nada.