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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

‘Meu Pai’

14 agosto 2022 - 05h00


Na década de 90, li uma impactante reportagem na Folha de São Paulo sobre os efeitos devastadores que a ausência da figura paterna estava trazendo às crianças e aos adolescentes da época, criando uma geração com "fome de pai". Sabemos que o ser humano tem a necessidade de pertencimento. "Tenho uma família, tenho pais que me amam e se importam comigo". Isso influencia no desenvolvimento de uma criança, na construção de sua autoestima. Os pais são os primeiros referenciais de uma criança. E a ausência da figura paterna pode desencadear muitos problemas emocionais. O amor de um pai deveria ser parecido com o amor de Deus, o nosso Pai. Deus é Pai, que ama, protege, corrige, ensina os seus filhos, gasta tempo com eles, exatamente porque os ama. Mas nem sempre acontece assim. Os pais são de carne e osso. Eles falham. Mas um pai faz muita falta! Pai é pai. A gente só quer ter um bem pertinho para nos amar e apoiar.
Jesus usou o termo "ABA" (papai), que na língua aramaica expressava uma relação íntima e de completa dependência do filhinho em relação ao seu papai. (Marcos 14:36) No momento de grande angústia e aflição, no Getsêmani, prestes a enfrentar a cruz, Jesus recorreu a seu papai, que não o livrou da cruz, mas fortaleceu o seu espírito para enfrentar todo o sofrimento que viria pela frente. Na parábola do Filho Pródigo, o filho sabia que tinha para onde voltar, para a casa de seu pai, o seu lugar de pertencimento. Ele julgava que pelos seus malfeitos não era mais digno de ser chamado de filho. Todavia, ele se enganou quanto ao seu pai, que o recebeu cheio de amor, com honras e festa, porque o seu filho amado, que estava perdido, havia voltado ao lar! Que alegria para aquele pai! Que boa surpresa para aquele filho! Nessa parábola vemos a expressão do amor de Deus. Ele nos ama sempre, quer reconheçamos, ou não, o seu amor. O pai amoroso da parábola respeita a decisão do filho. Podemos imaginar o quanto essa decisão machucou o coração daquele pai. Todavia, ele não desistiu do filho - dia após dia ficou aguardando o retorno dele, até que, finalmente, chegou o grande dia! O filho perdido havia feito agora a escolha certa, voltando ao lar, retornando para os braços de seu pai! Ele não era órfão! Ele tinha um pai de verdade! Essa parábola, contada por Jesus, fala muito mais sobre o caráter do pai do que sobre o filho. O valor que temos para Deus não está vinculado ao nosso merecimento. Na verdade, nada merecemos. Tudo vem em razão do amor e da graça de Deus! Hoje em dia vivemos em uma sociedade na qual o homem vale pelo que tem. Mas Deus não está preocupado com o que temos, seja muito ou pouco, mas sim com o que somos, mesmo imperfeitos, pecadores, ainda assim Ele nos amou. E continua amando! Ele é o nosso pai! 
"O menininho acordava à noite, no meio da escuridão, e gritava: "Papai, papai, segure minha mão, tenho medo do escuro". O pai ia até a cama do filho, acendia a luz, segurava fortemente as mãozinhas do menino e ficava ali até que o filho voltasse a dormir. O menininho queria apenas saber se ele estava por perto. Os anos se passaram, o pai morreu, e o menininho, agora um homem, já tinha a sua própria família. Encontrava-se no lugar de seu pai. E tal como o pai sempre fizera, desejou estar perto de seus filhos - não apenas um nome na certidão de nascimento, mas uma presença forte, calorosa e amorosa em suas vidas". O maior bem que os pais podem deixar para seus filhos é o amor. Só o amor é para sempre!