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Jornal Diário de Suzano - 01/05/2024
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Coluna

O bálsamo

12 março 2023 - 05h00

Na jornada da vida passamos por muitas dores. Algumas poderíamos evitar; outras, não. A dor faz parte da vida. Mas não podemos ser absorvidos por ela. A vida não é só dor atrás de dor. Reconhecer a dor e encontrar caminhos de superação fazem parte do processo de cura. Temos que nos lembrar, entretanto, que cada pessoa vive a dor de forma diferente. Sendo assim, o modo como cada pessoa reage à dor não deve ser objeto de comparação. Todos nós, em uma ou outra ocasião, fomos maltratados ou feridos por alguém. Quando isso acontece, ficamos tristes e decepcionados, lembrando da manipulação, do tratamento injusto, da traição, da rejeição. E lidar com isso é muito difícil! Quando somos vítimas do mal deliberado - alguém nos magoou intencionalmente - torna-se muito mais doloroso. Alguém premeditou nos magoar. Não foi sem querer! Isso aconteceu com José do Egito. Rejeitado, vendido como escravo pelos irmãos, José, muitos anos depois, encontra-se numa situação privilegiada. Poderia vingar-se, mas decide perdoar àqueles que lhe causaram tanto sofrimento: - "Vocês, na verdade, intentaram o mal contra mim; porém, Deus o tornou em bem, para fazer aquilo que vocês estão vendo agora - conservar a vida de muita gente, inclusive a de vocês". (Gênesis 50:18-20) A motivação dos irmãos de José foi mesquinha - e ele deixou isso claro; todavia, pôde reconhecer a ação de Deus naquilo que padeceu. Tudo acabou concorrendo para o bem deles, cumprindo um propósito divino. "Vamos falar sobre essas coisas", foi a fala de José aos irmãos. José conseguiu ver a ação divina em sua história e geografia. Se tivéssemos passado pelo que ele passou, teríamos essa fala? Normalmente, ficamos "remoendo" o mal sofrido, e isso nos faz sofrer ainda mais, gerando amargura. O ressentimento faz muito mal. É um veneno para a nossa alma. O que a Bíblia fala sobre isso? "Tomem cuidado para que nenhuma raiz de amargura, brotando, perturbe vocês e, por ela, muitos se contaminem". (Hebreus 12:15) Deus conhece muito bem o homem. Ele sabe que vez ou outra nos sentimos tristes, magoados com certas atitudes. Contudo, não devemos permitir que a amargura se instale em nós. Não nascemos para viver amargurados! O rei Davi sentiu na alma uma pontada profunda de decepção, quando ouviu aqueles que se diziam seus amigos zombarem dele. "Abrem a boca de par em par contra mim e dizem: ah! ah! Os nossos olhos o viram". (Salmo 35:21) Uma interjeição de aversão, de desprezo, de ódio. De satisfação pelo mal que o atingira. Pelo seu sofrimento. Não é difícil imaginar os percalços que Davi precisou superar como rei e guerreiro. Quantos entraves ele precisou vencer, cercado como devia estar não só de uma legião de bajuladores como de uma não menor legião de intrigantes, que tudo fariam para tirá-lo do trono, fazendo-o cair em desgraça. Assim é o mundo. Mas Davi teve uma luta ainda maior - as constantes decepções com o seu próprio filho, Absalão, que se tornara inimigo dele. Durante anos, Absalão agiu como um filho rebelde, desrespeitando o pai, o rei de Israel e, pior ainda, desrespeitando o próprio Senhor. Seu egoísmo e a sua rebeldia chegaram ao ponto de forçar uma guerra civil que sacrificou vinte mil homens. (II Samuel 18). Há pessoas que se alegram com o mal alheio. Que riem quando outros choram. Que pisoteiam com fúria aqueles que vão ficando pelo caminho. Não só falta de solidariedade, ou indiferença, mas interesse em ferir mais aqueles que já estão feridos. A arma empregada não é um punhal, mas a palavra, a atitude. Poderia ser uma interjeição, um sorriso falso, um movimento de cabeça, um gesto... No caso de José do Egito foi uma traição por parte de seus irmãos mais velhos, que deveriam protegê-lo. São tantas as situações que nos podem magoar! O que fazer? Não podemos mudar as pessoas. Mas podemos evitar que o ressentimento se aloje em nós. O rei Davi sabia a quem recorrer. No Salmo 37:7-8, o salmista Davi, outrora tão machucado, mostra-se mais fortalecido e aconselha: "Descanse no Senhor, espere pacientemente pela sua ação. Não fique preocupado com os homens maus que conseguem sucesso em seus planos perversos. Deixe de lado a raiva, abandone essa ira! Não perca a cabeça; isso só traz prejuízo!" O perdão é o caminho para a cura da alma ferida. É Jesus passando o bálsamo no coração machucado. Entreguemos a causa a Jesus. Ele é o perfeito Juiz!