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Jornal Diário de Suzano - 03/05/2024
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Coluna

O deus que tudo vê

22 janeiro 2023 - 05h00

No tempo dos patriarcas bíblicos, a mulher deveria gerar descendentes para o marido. Sarai, a esposa de Abrão, não estava conseguindo ter filhos. Então, propôs ao marido uma solução para o problema - ofereceu Agar, a escrava egípcia dela, para Abrão, a fim de dar descendência ao marido. Isso era costume na época. Abrão concordou com a proposta da esposa. E assim Agar ficou grávida. Parece que o problema estava resolvido. Só que não estava. Os problemas aumentaram. Os conflitos começaram entre as duas mulheres, de modo que a convivência se tornou insustentável. Os maus-tratos de Sarai fizeram com que Agar tomasse a decisão de fugir daquela casa, embrenhando-se em direção ao deserto. Sem abrigo, sem recursos, grávida e só, Agar estava vivendo uma situação desesperadora. Mas ali os olhos do Senhor viram Agar em seu sofrimento. O texto de Gênesis 16 diz que o Anjo do Senhor a encontrou no deserto, perto de uma fonte que ficava no caminho de Sur. (v.7) O Anjo do Senhor ordenou que Agar voltasse para casa, para a sua dona, e que fosse obediente a ela em tudo. Prometeu também que a descendência de Agar seria grande e numerosa, e que ela teria um filho que seria chamado de Ismael, cujo nome tem o significado de "o Senhor ouviu o grito de minha aflição". Agar não conhecia a Deus intimamente. Mas depois que o Anjo do Senhor apareceu a ela no deserto, Agar deu ao Senhor um nome - "O Deus que vê". Isso porque Deus havia falado com ela, através do anjo, e ela havia perguntado a si mesma: "Será verdade que vi Aquele que me vê?" (v. 13). Humilhada, desesperada, fragilizada, sem esperança, Agar havia vivido momentos muito difíceis no deserto. Mas "Aquele que tudo vê" a encontrou. Deus foi ao seu encontro. E essa é uma grande lição para todos nós. Deus nos vê e encontra. Muitas vezes pensamos que estamos sozinhos e perdidos em nossa jornada, pensamos que tudo está acabado. Quem era Agar naquele contexto? Quem somos nós? Mas Deus nos vê em nossa individualidade, em nossas fragilidades e subjetividades. Seja onde for, Deus nos encontra. O rei Davi, no Salmo 139:1-10, expressa bem essa verdade: "Ó Senhor Deus, Tu me examinas e me conheces. Sabes tudo o que eu faço e, de longe, conheces todos os meus pensamentos". (...) Aonde posso ir a fim de escapar do teu Espírito? Para onde fugir da tua presença? Se eu subir ao céu, Tu lá estás; se descer ao mundo dos mortos, lá estás também. Se eu voar para o Oriente ou for viver nos lugares mais distantes do Ocidente, ainda ali a tua mão me guia, ainda ali Tu me ajudas". Davi compreendia que não existe um lugar em que possamos estar fora do alcance de Deus. Saber que Deus nos vê em todas as circunstâncias nos consola e anima, mas também nos dá uma grande responsabilidade. Temos que tomar cuidado com as nossas intenções, motivações, ações, direcionadas a Ele e ao nosso próximo. Ele é perfeitamente Justo. E é a Bíblia que nos diz que Ele retribui a cada um de acordo com as suas obras. O fato de que Deus nos vê, sendo Ele Onipresente, Onipotente e Onisciente, pode despertar o medo em algumas pessoas. Todavia, quem O busca e O conhece sabe que pode confiar em Seu amor, mesmo quando é corrigido por Ele. 
Deus pode-nos examinar porque nos conhece profundamente. Por isso Davi, no Salmo 139, pede para ser examinado. Podemos e devemos fazer sempre um autoexame. Isso nos ajuda a melhorar. Entretanto, nesse autoexame podemos ser complacentes ou exigentes demais. Mas Deus, quando nos examina, o faz com imparcialidade e amor. Um coração rendido ao Senhor quer ser examinado, provado, corrigido, e guiado pelo caminho de Deus. Nesse exame podemos até ser reprovados muitas vezes. Mas não devemos permanecer assim! Talvez, o que Deus vai-nos revelar doa, seja incômodo, difícil de enfrentar; mas é uma oportunidade ímpar de não viver enganando a si mesmo, de começar a mudar. Queiramos ser examinados e corrigidos, quando necessário, para sermos aprovados por Aquele que nos vê.