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Jornal Diário de Suzano - 05/05/2024
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Coluna

O ‘silêncio de Deus’

18 setembro 2022 - 05h00

Em certos momentos de nossa vida parece que não conseguimos ouvir e entender o que Deus está falando. Na verdade, Deus não fica em silêncio. Ele sempre está falando, seja através de Sua Palavra, dos acontecimentos, de um conselho, de um momento de reflexão, de um louvor, da oração, de uma profecia, de um sonho, de uma visão sobrenatural, e de tantas outras formas. Deus fala como e quando quer falar! Quando pensamos no "silêncio de Deus", estamos nos referindo à demora na resposta que esperamos. Muitas vezes não temos respostas imediatas para as situações que vivemos. Isso aconteceu no passado com homens e mulheres de Deus; também, acontece conosco. Entre o Antigo e o Novo Testamento há um intervalo de cerca de quatrocentos anos em que parecia que Deus não se manifestava, mantendo-se em silêncio, como pensam alguns. Pelo que sabemos, por quase 400 anos, Deus não chamou nenhum profeta para dizer - "Assim diz o Senhor" (...) Mas, na verdade, esse intervalo foi um período preparatório para a vinda do Messias, conforme diz o apóstolo Paulo em Gálatas 4:4 - "Mas, quando chegou o tempo certo, Deus enviou o seu próprio Filho, que veio de mãe humana e viveu debaixo da lei para libertar os que estavam debaixo da lei, a fim de que nós pudéssemos nos tornar filhos de Deus". Nesse longo período houve mudanças políticas, econômicas, sociais e religiosas na Palestina e no mundo da época. Houve períodos de paz e liberdade religiosa como também de guerras e violência. Quando Jesus nasceu, a Palestina estava sob o domínio romano, que controlou o mundo antigo por quase cinco séculos. 
Como vimos, o que parece ser o "silêncio de Deus" não é verdadeiramente isso. Deus não perde o controle da história, seja a nossa ou a do mundo. Todavia, não é fácil gritar por socorro e não ter a resposta imediata; não é fácil orar por muitos anos sem que a resposta que tanto ansiamos venha; não é fácil esperar pela "plenitude dos tempos" em nossa difícil realidade. Diante desse tipo de quadro, perguntamos - "Onde está Deus que não me responde?" A história de Jó é bastante conhecida. Ele teve perdas sucessivas. Repentinamente, perdeu seus filhos, bens, e a sua saúde. Como se isso não bastasse, teve que enfrentar a revolta de sua mulher, e a incompreensão de seus amigos, em um momento da vida em que mais precisava de acolhimento e suporte. Por dezesseis vezes, perguntou a Deus - "Por quê?" E não teve resposta. Por inúmeras vezes expôs as suas queixas. E continuou sem resposta. Quando, finalmente, Deus falou com Jó ainda assim não respondeu os seus muitos questionamentos. Simplesmente, enquanto ele orava pelos seus amigos, mesmo padecendo tanta dor, Deus mudou a história dele. Quando Deus fica em aparente silêncio, Ele continua sendo Deus presente, bom e fiel, que trabalha em nosso favor. Normalmente, não conseguimos enxergar propósito para o nosso sofrimento. Queremos que tudo passe rapidamente, que haja uma solução divina célere. Quando sofremos, temos a sensação de que Deus nos abandonou entregues à própria sorte. Como Davi aquele que sofre tem um clamor nos lábios - "Ó Senhor Deus, até quando esquecerás de mim? Será para sempre? Por quanto tempo esconderás de mim o teu rosto? Até quando terei de suportar este sofrimento? Até quando o meu coração se encherá dia e noite de tristeza? Até quando os meus inimigos me vencerão? Ó Senhor, meu Deus, olha para mim e responde-me! Dá-me forças novamente para que eu não morra" (Salmo 13:1-3) Aqui, Davi sente-se ignorado e esquecido por Deus. São muitos os salmos em que o rei Davi manifesta essa angústia diante de um aparente silêncio de Deus, que não responde no tempo e no modo esperado pelo salmista. É interessante como o próprio Davi se encoraja a manter viva a sua fé na intervenção divina. "Esperei com paciência pela ajuda de Deus, o Senhor, Ele me escutou e ouviu o meu pedido de socorro". Tirou-me de uma cova perigosa, de um poço de lama. Ele me pôs seguro em cima de uma rocha e firmou os meus passos". (Salmo 40:1-2) O nosso Deus sempre nos ouve. Ele ouviu Agar, que chorava no deserto, sem água, com o seu filho, sem saber o que fazer da vida. Ele ouviu José do Egito, que estava preso injustamente, fazendo uma reviravolta na vida dele. Ele ouviu o clamor do povo hebreu, que sofria no Egito com os trabalhos forçados aos quais era submetido. Ele ouviu Ezequias, quando recebeu uma sentença de morte, dando a ele mais quinze anos de vida. E tantos outros exemplos temos na Bíblia! Ainda que esteja demorando, na nossa concepção, só precisamos continuar crendo que no tempo certo Deus dará a resposta!