Queremos ser importantes. Queremos ser reconhecidos pelo que somos e fazemos! É muito bom quando o nosso trabalho, aquilo que fazemos, tem impacto na vida das pessoas, melhorando, de alguma forma, a vida do próximo e a sociedade como um todo. Mas, o desejo de ser maior e melhor do que os outros não é construtivo. Muita gente faz obras de relevância nos bastidores, sem aparecer. Não foi isso o que aconteceu com os discípulos de Jesus. Eles tiveram uma forte discussão sobre qual deles deveria ser considerado o mais importante. Jesus usou a figura dos poderosos para iniciar o seu ensinamento sobre o assunto: "Os reis deste mundo têm poder sobre o povo, e os governantes são chamados de "amigos do povo". Mas, entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, o mais importante deve ser como o menos importante; e o que manda deve ser como o que é mandado. Quem é o mais importante? Entre vocês eu sou como aquele que serve". (Lucas 22:24-27) O poder não deve servir para explorar, para subjugar, para humilhar, para sentir-se superior aos outros, para obter vantagens e facilidades. O poder humano deve estar a serviço do próximo. Aquele que "serve" com humildade, amor e justiça, esse é o mais importante. Embora "ser importante" não seja relevante para aquele que serve com objetivos legítimos. Quem serve ao próximo não está com o pensamento concentrado em si mesmo! Faz o que faz por amor genuíno. É o amor que imprime um significado elevado ao que somos e ao que fazemos, desde as atividades mais simples às mais complexas. Em I Coríntios 16:14, o apóstolo Paulo, em suas palavras finais, recomenda aos cristãos de Corinto - "Que tudo o que vocês fizerem seja feito com amor". Como seria o mundo se trabalhássemos sempre com amor? Estou me referindo aqui também à realização das tarefas que fazem parte de nossa agenda diária. Quantas vezes reclamamos, ou pensamos em reclamar, de tarefas que consideramos indesejáveis! Já escrevi nesse espaço sobre o que chamo de "ministério dos bastidores", que fica por trás dos holofotes, sem o qual as coisas não funcionariam tão bem.
Os discípulos de Jesus, ao discutirem sobre qual deles era o mais importante, estavam sendo motivados pela vaidade, que faz com que desconsideremos o outro, a obra que está sendo feita, e a importância do trabalho coletivo, sem o qual ninguém chega a lugar algum. Por trás de um grande atleta, de um grande time, há sempre uma equipe que atua conjunta e harmonicamente, a fim de que os objetivos sejam alcançados. Como seria a nossa casa, se todos agissem assim? Como seria o nosso país, se os governantes e os políticos tivessem a convicção de que são eleitos para servir ao povo, buscando o bem do país, a justiça, a redução das desigualdades! Que responsabilidade! Estamos aqui para servir! Servir com humildade, servir com responsabilidade, servir com excelência, servir com alegria! "Servir" não nos faz inferiores, mas grandes! Não é peso, é satisfação, se a motivação é pura! Se não estamos servindo para aparecer, para receber elogios e aplausos, ou alguma outra recompensa.
José do Egito é um bom exemplo de vida de serviço. Ele foi proativo e competente em todas as tarefas que cumpriu. Comprado como escravo por Potifar, em cuja casa foi trabalhar, por sua competência e excelência, foi promovido a administrador do lar e de todas as posses de seu senhor. Como lemos em Gênesis 39:1-3, tudo em que José colocava as mãos prosperava. Quem não gostaria de estar perto de alguém assim? Mas será que um de nós gostaria de estar no lugar de José nos piores dias, em um lugar inóspito, cercado de pessoas perigosas, desenvolvendo tarefas indesejáveis? Pois bem! Na masmorra, onde se tornou o ajudante do carcereiro e responsável por todos os presos, ele se deu bem. No palácio de Faraó, mais tarde, foi brilhante como governador do Egito, desenvolvendo um "plano econômico", podemos dizer assim, capaz de salvar a população local, assim como os povos vizinhos, da fome. (Gênesis 41:15-36) As mínimas coisas José fazia com dedicação e amor. Os piores problemas conseguia solucionar. Tinha um espírito de servo! E nós? O nosso maior exemplo de "servo" foi o de Jesus, "servo sofredor". Ele mesmo disse que o Filho do Homem, referindo-se a Si mesmo, não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos". (Mateus 20:28) O caráter de humildade no serviço, conforme demonstrado por Jesus, deve ser imitado por nós! Quando estivermos querendo honras, reconhecimento, elogios, recompensas, que pensemos que a nossa importância está em sermos aqueles que estão prontos para servir!