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Jornal Diário de Suzano - 07/05/2024
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Coluna

Sol para as flores

08 outubro 2023 - 05h00

Uma menininha chegava todos os dias na escola suja e com fome. Essa é a realidade de muitas crianças no Brasil. Em situação de pobreza extrema, vivendo em famílias disfuncionais, são vítimas de maus-tratos, abusos, de negligência por parte dos adultos que deveriam cuidar delas. Sabemos que não é apenas no Brasil que isso acontece. Ocorre, inclusive, em países mais desenvolvidos. Essa negligência em relação à infância não está restrita às classes sociais menos favorecidas economicamente. A escola tem feito a diferença na vida de muitas crianças, pelo menos aqui no Brasil. Na escola, os profissionais estão atentos aos casos de violência, negligência, descaso, abandono, que atingem crianças e adolescentes, notificando o Conselho Tutelar, que é o órgão encarregado de proteger crianças e adolescentes contra toda forma de negligência, exploração e violência. É um órgão que orienta e acompanha as famílias, dando os encaminhamentos cabíveis para cada caso, seja a inclusão das famílias em serviços públicos e programas oficiais, requisição de tratamento, encaminhamento para o Sistema Judiciário, quando necessário. É um fato, porém, que os sistemas estão abarrotados de casos em todo o Brasil. As providências são demoradas. E o que foi estabelecido para ser uma ampla Rede de Proteção Social nem sempre funciona adequadamente. Em minha experiência como educadora, posso afirmar que a escola tem um papel fundamental em todo esse processo de proteger as crianças e os adolescentes que estão sob a sua tutela em horário escolar. E tem feito além do que lhe cabe! 
No caso da menininha do início do texto, a professora ficou incomodada com aquela situação. Entendia as limitações do contexto em que a pequena vivia. Não queria magoar os sentimentos da menina, pois sabia que a pequena não estava tendo a atenção e os cuidados necessários em casa. Aproximando-se da menina, comentou: - "Que mãos lindas você tem! Por que não vai ao banheiro e as lava?" Encantada, a menina lavou as mãos e voltou radiante, mostrando as mãos para a professora. Em seguida, a professora encaminhou a menina para o refeitório, onde a pequena teria, provavelmente, a primeira refeição do dia. A professora também chamou a mãe da menina e conversou com ela, percebendo que a mãe era uma pessoa que precisava de atenção e orientação. Depois disso, a garota chegava à escola um pouco mais limpa a cada dia. Essas ações fizeram diferença na vida dessa criança. A atuação de professores, da equipe gestora das escolas, tem sido relevante no que diz respeito à proteção de crianças e adolescentes. 
Nesse mês celebramos duas datas muito importantes que, a meu ver, têm relação entre si - o Dia das Crianças e o Dia dos Professores. Como é importante o trabalho dos professores! Sabemos que os primeiros professores de uma criança são os pais. Infelizmente, na atualidade, não vemos tantos pais dispostos e preparados para essa árdua missão. Muitas crianças não podem contar com os seus pais. Educar é uma tarefa desafiadora. Muitos pais hoje em dia não dispõem de tempo, de disposição, de condição, para educar os filhos. O tempo de ensino nas famílias praticamente não existe mais. As crianças vão crescendo "sendo educadas" pela televisão, pela internet e mídias sociais, pelas ruas, pela escola, por algum familiar que se dispõe a tal tarefa porque é a pessoa com mais disponibilidade para fazer isso, ou por babás. recionar a nossa vida nas próximas fases. Proteger as crianças é dever de todos nós. A falta desse cuidado, dessa proteção, significa que estamos fracassando, enquanto sociedade!