As constantes chuvas e, consequentemente, enchentes trazem muitas preocupações para moradores de áreas atingidas.
Muito comum em épocas de chuva intensa e enchentes, como a atual emergência no Rio Grande do Sul e o desastre ocorrido no Litoral Norte de São Paulo em fevereiro do ano passado, a leptospirose é uma doença transmitida por bactérias do gênero Leptospira.
As cidades do Alto Tietê estão em alerta acompanhando a situação.
A infecção em humanos acontece por meio do contato com a urina de ratos infectados ou com água e lama contaminadas. Em áreas de risco para inundações, a incidência da doença pode aumentar em mais de 10 vezes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em 2023, o Brasil registrou 3.128 casos confirmados de leptospirose, com 258 óbitos e uma taxa de letalidade equivalente a 8,2%. As regiões com maior incidência foram Sul e Sudeste, com 1.119 e 1.021 casos, respectivamente, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (27) pelo Governo do Estado de São Paulo.
Quem for infectado pela bactéria pode apresentar, na primeira semana, chamada de fase precoce, febre de início súbito acima de 38°C, calafrios, dor de cabeça, dor muscular (principalmente na panturrilha), falta de apetite, náusea e vômitos. Cerca de 30% dos pacientes podem apresentar olhos vermelhos, outra característica marcante da doença, de acordo com o Ministério da Saúde.
Quadros mais graves ocorrem em aproximadamente 15% dos indivíduos, a partir da segunda semana, quando há aumento da produção de anticorpos. Os principais sintomas são icterícia (pele e olhos amarelados), insuficiência renal, alteração no nível de consciência e hemorragia. Tosse seca e falta de ar podem indicar comprometimento dos pulmões. A mortalidade é de 10% e pode chegar a 50% quando ocorre hemorragia pulmonar.
Como os atuais testes detectam a leptospirose somente após uma semana do início dos sintomas, é recomendado buscar atendimento médico assim que houver suspeita de infecção para iniciar o tratamento com antibióticos. A atenção deve ser redobrada após exposição a enchentes: a doença pode se manifestar até 30 dias após o contato com lama ou água contaminadas.
O controle dos roedores também é importante para evitar a proliferação da doença.