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Jornal Diário de Suzano - 04/12/2024
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Editorial

O que todo mundo já sabia

20 agosto 2015 - 08h00

O governo estadual reconheceu, nesta semana, por meio de portaria, que o Alto Tietê vive uma crise hídrica. O reconhecimento oficial, já não era sem tempo. Moradores das cidades do Alto Tietê já tinham conhecimento dos problemas da seca no abastecimento há muito tempo. As represas continuam secando, mas o Estadi afasta a possibilidade de rodízio. Na edição de hoje, o DS prossegue com as informações com o posicionamento do Ministério Público (MP). O promotor Ricardo Manuel Castro disse em entrevista que é possível sim um rodízio de água, sobretudo por conta das condições das represas. Na reportagem, o DS mostra que um posicionamento por parte do Estado era cobrada por promotores e entidades civis desde 2014 por causa da seca severa no Sistema Cantareira. A decisão de reconhecer a crise pode abrir margem para que o governo suspenda as licenças de captação de águas superficiais e subterrâneas da indústria e da agricultura para priorizar o abastecimento público. A portaria que “declara em situação de ‘criticidade’ hídrica a região da bacia hidrográfica do Alto Tietê”, que engloba toda a Grande São Paulo, foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) pelo superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), Ricardo Borsari, responsável pela gestão dos recursos hídricos no Estado. No documento, ele afirma que, “pela gravidade da situação de armazenamento” do Sistema Alto Tietê, “ações de caráter especial deverão ser adotadas visando assegurar a disponibilidade hídrica de modo seguro e eficiente”. Procurados, o DAEE e a Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos não comentaram a medida. No início do ano, uma portaria semelhante editada pelo DAEE, em conjunto com uma resolução da Agência Nacional de Águas (ANA) na Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari, e Jundiaí (PCJ), serviu de base para a adoção de um plano de restrição na região de Campinas. A situação fica, cada vez, mais crítica principalmente porque há praticamente um mês não chove no Estado de São Paulo. As medidas, na tentativa de evitar o pior, podem ter sido tomadas tardiamente com a possibilidade de milhares de moradores do Alto Tietê terem de enfrentar um rodízio.