A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo instaurou uma investigação sobre um suposto episódio de racismo ocorrido no 32º Batalhão Metropolitano da corporação, em Suzano.
Uma soldado negra afirma ter sofrido "constrangimento ilegal" após ser obrigada por um oficial a permanecer no alojamento da unidade durante uma inspeção externa no batalhão, enquanto os demais policiais participavam de um churrasco de confraternização, no último dia 16 de julho.
A justificativa apresentada para que ela ficasse isolada foi o uso de tranças afro.
Um áudio divulgado na rede social X revela uma conversa entre o oficial e a soldado. A gravação foi feita pela própria soldado. No áudio, o oficial afirma que ela não deveria questionar as ordens recebidas e que, mesmo que fosse uma ordem para "plantar bananeira", ela deveria cumprir.
"Eu faço, eu mando. Se for legal, você obedece. Se for ilegal, você vai verificar se é uma ordem incorreta e obedece mesmo assim. E eu vou arcar com a ilegalidade do meu ato. Se eu falar: 'Planta de bananeira', você vai plantar bananeira e depois vai questionar meu ato pelos meios legais. Não é falar 'não vou fazer'", disse o oficial.
SSP
Segundo a SSP, a Polícia Militar é uma instituição legalista e não compactua com excessos ou desvios de conduta. "Confirmada a irregularidade, as medidas cabíveis serão adotadas."
Questionada pelo DS, a Secretaria não respondeu quais são os tipos de penteado permitidos para as soldadas femininas.