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Jornal Diário de Suzano - 13/12/2025
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Região

Especialistas analisam impacto no Alto Tietê da taxação dos EUA

Tarifa de 50% sobre os produtos exportados ao país norte-americano deve entrar em vigor no mês de agosto

15 julho 2025 - 09h00Por Yasmin Torres - da Reportagem Local

Com a nova declaração do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, o Brasil deverá pagar uma tarifa de 50% sobre os produtos exportados ao país norte-americano. A medida está prevista para entrar em vigor a partir de 1º de agosto. O DS ouviu especialistas da área para entender como a decisão pode impactar a região do Alto Tietê.

Para o professor e Cientista Político Eduardo Caldas, a taxação dificilmente afetaria a região. “Nós, consumidores, não sentiremos diferença. O Brasil sempre teve um déficit com os EUA, então essa taxação não vai afetar em nada. As manufaturas que exportamos para eles são aeronaves e alguns equipamentos, o restante são apenas commodities, ferro, alumínio, aço etc.”, disse.

Caldas avalia que a mudança pode ser encarada como uma oportunidade para o país. “Precisamos aproveitar o momento para substituir importações, já que é assim que eles estão agindo. Os EUA são um parceiro importante, mas nós ampliamos o comércio na China e em outros países.”, afirmou. Caldas também pontuou que “Agora ele percebe que tem concorrentes mundiais, esse é o jeito dele de dizer ‘quem manda na América Latina sou eu’, mas temos que tratar os países de maneira igual, assim como conversamos uns com os outros pessoalmente, com respeito”.

O especialista também considerou a decisão inesperada. “Pessoalmente, não esperava essa taxação, foi uma surpresa. Isso mostra que Trump está desesperado, ao ver os EUA enfrentando concorrentes fortes”, afirmou.

Já o sociólogo Afonso Pola avalia que a medida pode provocar uma rearticulação global e afetar diretamente o consumidor brasileiro. “São Paulo será o estado mais prejudicado, porque é o que mais exporta para os Estados Unidos. No Alto Tietê, por exemplo, temos uma produção forte de itens cujo principal comprador é o mercado americano, não só commodities, mas também produtos como papel, cartão, aparelhos eletrônicos e até flores. Dependendo da cidade, os impactos podem variar, mas a população vai começar a notar diferenças. Há riscos de inflação, desemprego e até desvalorização do real”, explicou.

Pola afirma que a motivação por trás da decisão de Trump vai além de um prejuízo entre as relações comerciais com o Brasil. “Quando o Trump diz que os EUA têm prejuízo ao comprar do Brasil, é uma mentira. Isso é dito para esconder as verdadeiras razões para essa decisão, as quais envolvem a relação dele com o ex-presidente Bolsonaro, a dinâmica do país e as Big Techs “, apontou. 

O cientista detalhou sua opinião: “A partir do momento em que o Brasil, um país soberano, independente, aplicou medidas punitivas para empresas americanas que não estavam cumprindo a lei nacional, Trump ficou de olho. Essa pode ser uma maneira dele ‘dar o troco’ no Supremo Tribunal Federal (STF)”. Segundo ele, a taxação ignora acordos diplomáticos com o Brasil e outros países.