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Jornal Diário de Suzano - 08/05/2024
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Cidades

Advogada fala sobre os direitos dos animais e punições para maus-tratos

"São direitos distintos. Mas se unem quando falamos de saúde pública", disse a advogada

12 junho 2022 - 14h00Por Lucas Lima - Da Reportagem Local
A advogada animalista Ariana Anari Gil alertou sobre o direito dos animais durante participação no programa DS Entrevista. Ela também deu orientações para casos de maus-tratos. Além disso, comentou sobre o lançamento de um livro que escreveu relacionado ao tema.
 
De acordo com Ariana, o direito animal é antigo no Brasil. A advogada relata que entre os principais direitos está o não sofrimento desnecessário. “É o direito à vida. O problema do direito animal é que ele nasce quando as pessoas começam a falar de que cuidar do animal é preterir o direito do ser humano. Não é verdade. São direitos distintos. Mas se unem quando falamos de saúde pública”, explica.
 
Em 2017, Ariana fez uma pesquisa sobre maus-tratos a animais para escrever o livro “A Teoria do Link/Elo no Brasil e a Falta de Políticas Públicas”. Na oportunidade, ela traçou a “Teoria do Link”, de analisar dados de pessoas que são violentas tanto com animais quanto com seres humanos.
A advogada afirma que, geralmente, essas pessoas agem em atos chocantes, de repercussão nacional. Ariana citou o caso Elize Matsunaga, que em 2012 assassinou o marido, Marcos Kitano Matsunaga, então diretor-executivo da indústria de alimentos Yoki, e também caçava e matava animais.
 
“Descobri que a incidência é maior em mulheres, principalmente aquelas em condições abuso sexual”, relata. No livro, que será lançado na segunda quinzena de junho, ela também traz outros casos que aconteceram no Brasil. “Um médico veterinário estava em um atendimento, no qual o dono do animal não era condizente com o que falava sobre o animal. O veterinário suspeitou de maus-tratos e acabou desmantelando uma família em tortura. O tutor agredia o animal e a família. É real. As pessoas precisam entender que não somos nós do direito animal que trazemos isso, é a ciência”, frisa.
 
Em relação a atropelamentos de animais, Ariana disse que o Tribunal de Justiça julga inúmeros casos. Para ela, faltam políticas públicas para combater este tipo de crime, como placas e lombadas.
 
“Deveriam instalar onde tem frequência de travessia de animais. Além disso, todo motorista também deve se atentar com vidas. Tem que ter essa responsabilidade, de respeitar. Orientação também é válida para os tutores de animais, que devem levá-los para passear com guia e coleira, para evitar atropelamentos”.
 
A advogada dá duas dicas para caso encontre um animal atropelado. “A primeira é saber se conhece um veterinário. Em caso positivo, ligue e peça para ir ao local prestar socorro. A segunda opção é ligar 190 e pedir apoio da Polícia Ambiental, para que façam o socorro e tomem as medidas”, disse.
 
Além disso, Ariana realiza um projeto ambiental e animal, com palestras sobre o tema nas escolas de Suzano. “Levo toda questão dos animais, que têm vida e devemos respeitar”, comentou.
 
Ela ainda completou dizendo que deveria existir uma cartilha relacionada aos direitos dos animais para a educação infantil. “A própria prefeitura tinha panfletos básicos e que ajudavam muito. Temos que evoluir. Não pode parar. Não vi mais papéis como esses. Poderia ter a cartilha”, concluiu.

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