Diferentemente das escolas públicas (municipais e estaduais), os colégios particulares podem, por questões financeiras, desfrutar de mais segurança para seus alunos. Porém, mesmo com todo o aparato tecnológico (câmeras, portas automáticas etc) e guardas nos portões, muitas instituições optaram por reforçar ainda mais a segurança após a tragédia na Escola Estadual (E.E) Profº Raul Brasil que deixou 10 mortos, entre eles cinco alunos.
Mesmo sendo um caso isolado, e que de forma alguma é freqüente no Brasil, a direção de alguns colégios tomaram medidas rápidas para acalmar os pais e alunos que foram indiretamente afetados pelo caso.
O Colégio Lumbine, localizado na Vila Mazza, que antes mantinha os portões abertos deixando a entrada principal somente fechada pelas grades, hoje é obrigado a manter tudo fechado, impedindo que qualquer pessoa que passe pela rua veja o interior do colégio.
"Eu nunca gostei de escola fechada. Sempre fechei a parte da frente com o portão de grade, então dava para ver quase tudo aqui. Depois do caso na Raul Brasil, passamos a fechar tudo. Coloquei olho mágico para ver quem bate a porta", conta a diretora da instituição, Célia Ashiuchi.
Além disso, qualquer pessoa precisa estar com hora marcada e apresentar o documento de identidade na frente da escola para poder entrar no local. "Esse caso mobilizou toda a classe da educação. Isso jamais deveria acontecer porque a escola era para ser um local seguro. O mais preocupante é que isso pode acontecer em qualquer lugar", lamenta.
Hoje, além dos portões fechados, a escola conta seis agentes de segurança (dia e noite), câmeras de monitoramento, botão do pânico, que está integrado a empresa particular de segurança e a própria ronda escolar.
O colégio Cetés também adotou algumas novas medidas de segurança para a sua instituição. Mesmo sem dar muitos detalhes, a unidade garante que modificações foram feitas no sentido de fortalecer o preventivo. "A segurança já era uma prioridade, depois da tragédia, outras medidas estão sendo implementadas e algumas estão sendo estudadas. A preocupação com segurança aumentou muito e é natural que medidas sejam tomadas", informa.
Atualmente, o colégio conta com sistema de câmeras, segurança especializada com apoio de viaturas e funcionários monitorando o acesso dos alunos. Além disso, os portões da instituição permanecem trancados, sendo abertos somente nos horários de entrada e saída dos alunos. Os atendimentos aos pais, fornecedores e outros devem ser agendados e liberados pelo funcionário da escola.
Outras medidas que a escola enfatiza para garantir a segurança dos alunos são as ações didáticas desenvolvidas para a prevenção de eventuais incidentes relacionados a violência.
Sieeesp
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), defende a ampliação da segurança nas escolas particulares. Segundo o presidente da associação, Benjamin Ribeiro da Silva, muitos pais procuram uma instituição particular por conta da segurança, além de claro a melhora no ensino pedagógico.
"Antes mesmo da tragédia no Raul Brasil, que poderia ter acontecido em qualquer escola, nós do sindicato já fazíamos recomendações aos colégios para aumentar ainda mais a segurança tendo em visto a preocupação dos pais com esse quesito, já que quando o aluno entra na escola a responsabilidade passa a ser da instituição", conta.




Raul Brasil: ataque contra a escola no dia 13 de março levou unidades particulares a adotar reforço na segurança - (Foto: Sabrina Silva/DS)




