A Prefeitura de Suzano celebrou o Dia Nacional de Adoção, lembrando em todo 25 de maio, com um evento no Cineteatro Wilma Bentivegna, no centro, dedicado ao fortalecimento de vínculos de amor e cidadania. Com objetivo de sensibilizar, informar e refletir sobre o tema, as Secretarias Municipais de Administração e de Assistência e Desenvolvimento Social mobilizaram, nesta quinta-feira (29/05), profissionais de diferentes segmentos com os quais foram compartilhados esclarecimentos e histórias referentes ao processo.
A primeira-dama Déborah Raffoul Ishi e o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Geraldo Garippo, participaram da abertura da atividade, que teve como atração principal uma apresentação da secretária municipal de Administração, Cintia Lira. Ela narrou sua experiência de mãe adotante ao longo da palestra “Adotar é Amar - Construindo novos começos”. Participou deste encontro a advogada Sonia Cristina Ricardo Correia, também mãe adotante e especialista na Vara da Infância e da Juventude, que tirou dúvidas dos participantes.
Durante o evento, foram discutidos alguns aspectos relacionados à realidade das pessoas que trabalham e se interessam pela adoção. Nesse contexto, houve destaque para informações e números que ajudam a explicar como funciona esse processo.
Foi destacado que, no Brasil, 34 mil pessoas estão dispostas a adotar, enquanto cerca de 4,9 mil crianças estão aptas para adoção. Mas, conforme foi explicado, mais de 80% dos adotantes optam por bebês recém-nascidos, brancos e de preferência com olhos claros, o que não condiz com o perfil das crianças nas instituições, de maioria negra, idade superior a 5 anos e com irmãos.
A palestra também elencou as etapas que estão relacionadas à adoção, de forma a reforçar os trâmites do Poder Judiciário que fazem parte do trabalho. Como demonstrado, o caminho começa com o Cadastro no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, por meio da Vara da Infância e da Juventude. Depois, vem a parte da habilitação, já que a pessoa precisa ter idade mínima de 18 anos e uma diferença de pelo menos 16 anos em relação à criança adotada, além de apresentar a documentação exigida e ser submetida às entrevistas com profissionais especializados na área.
O processo continua com a avaliação, por parte da Vara da Infância e da Juventude, quanto aos perfis do pretendente e das crianças, buscando a melhor combinação por meio do Sistema Nacional de Adoção. Por fim, com o avanço de todas as etapas, vem a concessão da guarda, primeiro com a provisória e, em seguida, a definitiva, depois de visita de psicólogos e assistentes sociais na casa da adotante, para verificação da adaptação das crianças no ambiente familiar.
Cintia Lira compartilhou com os participantes a sua emoção em ter passado por essas etapas e a satisfação por ter realizado seu sonho de ter construído uma família grande e cheia de amor. “O desejo de adotar sempre esteve presente na minha vida. Em algum momento, achei que não ia acontecer porque tive três filhos biológicos e uma vida profissional que demandava muito o meu tempo. Mas, quando meu terceiro filho tinha 2 anos, essa vontade aflorou mais do que nunca e entendi que ainda poderia ter um parto de coração ao fazer a adoção”, disse ela.
A secretária revelou que durou exatos nove meses o tempo compreendido entre o momento que decidiu iniciar o processo de adoção e receber a guarda definitiva de suas duas filhas, uma de 5 e outra de 6 anos. “Não foi por acaso que tudo isso aconteceu. Depois que disponibilizamos à Vara da Infância e da Juventude quais eram as nossas intenções, recebemos a informação de que haveria a possibilidade de conhecer duas crianças que estariam aptas para adoção numa cidade do interior de São Paulo. Fomos várias vezes a esse município para conhecer o local onde elas estavam e cumprimos todos os requisitos que eram necessários, até que a Justiça nos concedeu de forma definitiva a guarda definitiva dessas meninas, que passaram a fazer parte da nossa família”, contou Cintia.
Os locais a que a secretária se referiu são conhecidos como acolhimentos institucionais para crianças e adolescentes. Em Suzano, atualmente 57 crianças e adolescentes, de zero a 17 anos, estão em três estruturas como essas, sendo duas administradas pelo Instituto Beneficente Viva a Vida, nos bairros São José e Sesc, e uma gerida pelo Recanto Luz Divina, no centro. Nesses espaços, são acolhidos munícipes que tiveram seus direitos violados por diferentes circunstâncias, que podem ou não se tornaram aptos para adoção a depender das possibilidades de restabelecimento dos seus vínculos familiares.
O trabalho nessas entidades é acompanhado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, que se fez presente no evento desta quinta-feira, não só com ajuda na organização, como também pela fala do titular da pasta. “Buscamos mostrar, por meio dessas ações, como a sociedade pode colaborar com a construção de novos caminhos para crianças e adolescentes. Por isso, agradeço a presença dos representantes da 55ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB de Suzano), assim como aos profissionais dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e dos conselhos tutelares”, declarou Garippo.
A primeira-dama também destacou a importância do incentivo à adoção. “Eu e o prefeito Pedro Ishi temos histórico de adoção em nossas famílias e sempre tivemos um amor muito grande por essas histórias. Parabenizo às Secretarias de Administração e de Assistência Social por essa iniciativa, que traz para todos muitos esclarecimentos relevantes sobre este tema tão sensível. Eu visitei os acolhimentos institucionais de nosso município e vi o cuidado com que todos são recebidos. Queremos transmitir à população essa mensagem relacionada ao amor e à família, que tem tudo a ver com o processo de adoção”, ressaltou Déborah.




Evento valoriza o Dia Nacional de Adoção com esclarecimentos sobre o tema - (Foto: Gabriel Lima/Secop Suzano)




