Proprietários e funcionários de bazares e papelarias de Suzano lamentam as dificuldades que têm encontrado com a queda nas vendas de material escolar por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Relatos dão conta de que a queda de vendas nos meses de julho e agosto - considerados movimentados por conta da "volta às aulas" - chegou a 70%. A justificativa é que como os alunos não estão indo para a escola, não estão "perdendo" material.
Assim, a queda nas vendas de cadernos, canetas, estojos e similares foi significativa nas papelarias da cidade. Em contrapartida, os professores começaram a pedir "lições de casa", o que aumentou a quantidade de vendas de cartolinas, por exemplo.
Além disso, com as crianças por mais tempo em casa, a compra de outros produtos usados como passatempo pelos pequenos aumentou. Entram nessa lista os gizes de cera, tintas guache, canetinhas, entre outros que servem para fazer desenhos.
Isso acontece, por exemplo, na Casa Rollú Papelaria e Bazar. A supervisora da loja, Regiane Nagasaki, conta que apesar da queda de 30% nas vendas de materiais em julho e agosto - comparada com o mesmo período do ano passado - os pais têm buscado telas, massas para modelar, tintas e gizes para ocupar as crianças.
Além disso, os responsáveis dos pequenos também têm adquirido material de apoio para o ensino domiciliar. "As crianças estão tendo mais tempo em casa, então esses produtos (cola, massas, tintas, etc), estão saindo bastante aqui", disse. Isso não muda o cenário preocupante de queda de vendas. Weverson Lopes, da Kamipel Papelaria, conta que as vendas "caíram muito" durante a pandemia. No período de férias deste ano, a redução foi de cerca de 70% na comercialização de material escolar.
"Os professores que ainda passam alguns trabalhos e atividades estão nos ajudando. Estamos conseguindo vender cartolinas, colas e tesouras. Mesmo assim, a queda foi brusca. Geralmente, a volta das férias é boa, dá uma elevada e a gente sempre aumenta o estoque, mas esse ano a gente está conseguindo apenas manter. Não tem condições de investir ou criar estoque", lamentou.
"As vendas estão sendo fracas, porque não tem aula. Caiu bastante, uns 50%, se compararmos com o que era antes da pandemia. De vez em quando vem algum professor para imprimir trabalho, mas no geral está bem fraco", conta Olinda Nakamura, funcionária do Bazar e Papelaria Jardim Natal.
Prejuízo durante a pandemia não ocorre em todas as papelarias. Do primário ao universitário, a procura na papelaria Soft Pel é grande.
Leonardo Yamada, proprietário do local, conta que a variedade de materiais do estabelecimento tem ajudado a aumentar as vendas durante este período. Em agosto, por exemplo, houve melhora de 22% na comercialização de materiais, se comparado com o mesmo mês do ano passado.




Papelarias de Suzano lamentam dificuldades para vender material escolar sem retorno das aulas por conta da pandemia - (Foto: Jackeline Lima/Divulgação)




