Alteração do projeto sobre o Rio Guaió, bem como a elaboração da minuta da Lei Específica, será feita pelo Comitê de Bacias do Alto Tietê (CBH-AT) - (Foto: Sabrina Silva/Divulgação)Com a mudança na implantação da alça de acesso do Rodoanel Mário Covas (SP-21) da Estrada dos Fernandes para a Avenida Major Pinheiro Fróes (SP-66), próximo à divisa com Poá, o Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental (PDPA) da Sub-Bacia do Rio Guaió terá de ser modificada. O objetivo do projeto é de minimizar os impactos das ocupações urbanas no meio ambiente, especificamente na região do Guaió. A alteração do projeto, bem como a elaboração da minuta da Lei Específica do Guaió - de autoria do deputado estadual Estevam Galvão (DEM) - será feita pelo Comitê de Bacias do Alto Tietê (CBH-AT).
Segundo informações da Prefeitura de Suzano, na última reunião do Comitê, uma comissão foi formada com a responsabilidade de encaminhar a alteração do texto para aprovação futura.
"Posteriormente a isso, será elaborada a Lei Específica da sub-bacia que norteará as ações de uso e ocupação do solo no local. Os municípios de Poá, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Ribeirão Pires e Mauá participam do Comitê de Bacia e participarão desta comissão", informa. A proposta do PDPA foi apresentada a Suzano na gestão anterior e retomada no ano passado.
Ainda de acordo com a municipalidade, a existência de uma legislação especifica para a sub-bacia regulará o uso, ocupação e desenvolvimento da região. "Não existe outra ação municipal posto que é necessário a aprovação da lei que estabelecerá os parâmetros para atuação de cada município", acrescenta. Condizente a isso, a Prefeitura salienta que o plano de gestão de resíduos sólidos do município "contém ações que refletirão na melhora da qualidade da água devido ao combate ao descarte de resíduos em área de preservação permanente", explica.
Opinião
De acordo com os moradores do bairro Jardim Monte Cristo, a proteção do Rio Guaió é fundamental para a melhoria da área ambiental e urbana do entorno. Hoje, o rio se encontra em situação crítica. Entulhos e esgoto são os principais vilões do pouco filete de água que ainda resiste no local. O tapeceiro e morador do bairro há 40 anos, Edilson Dias, de 45 anos, conta que a situação começou a piorar cerca de 30 anos atrás. "Quando começou o acumulo de lixo por aqui, a Prefeitura não deu atenção. Um projeto que vise a melhoria do rio é muito importante para o bairro. Vai melhorar a situação por aqui e o rio passará a ter atenção e fiscalização", conta. A Prefeitura informa que, os pedidos dos moradores para limpeza do rio são direcionados a pasta responsável que faz a avaliação e a possibilidade de atendimento. "Os planos para conservação deverão vir na nova Lei Específica do Guaió" garante.
O autônomo José Antônio, de 59 anos, também morador antigo do bairro, apoia o projeto de proteção do rio. Para ele, depois da implantação do viaduto do Rodoanel, a situação do local piorou. "Antes você conseguia nadar nesse rio, hoje você não aquenta chegar perto por causa do cheiro. A quantidade de água diminuiu e muita sujeira é despejada lá dentro. Não tem limpeza e corte de grama. Com esse projeto, o rio terá que ser limpo e com isso, o entorno dele melhora", opina. Segundo o segurança Vicente Ferreira, de 55 anos, a medida é cabível para a preservação do meio ambiente.
"Seria muito bom se, nesse projeto, eles alargassem ou afundassem mais o rio. Nesse trecho do Suzanopólis, ele tende a transbordar em dias de chuva intensa. Isso iria melhorar muito o bairro e iria manter a área verde protegida".
