A população do Sesc, em Suzano, pedem ajuda para acolher “morador de rua” que vive na Praça Papa João XXIII, há mais de quatro anos.
Segundo os vizinhos, o morador, conhecido como Márcio, se apossou do coreto da praça para dormir e durante o dia fica em frente a uma padaria pedindo dinheiro.
De acordo com a irmã de Marcio, Ana Paula, os vizinhos dizem que a família largou ele. Porém, conta que dá assistência a ele quando a procura. “Sempre que ele vem na minha casa, ofereço comida, banho. Não tenho como cuidar dele, porque tenho quatro filhos para criar, além do que também cuido do meu pai”, explica.
Apesar disso, Ana Paula fica preocupada com o irmão, que fica pedindo dinheiro em frente a padaria para sustentar os vícios. “Me dói ver que aos 44 anos ele não quer mudar. Uma vez levei ele para uma clínica de reabilitação, mas fugiu. Está condicionado a viver nesta situação”, afirma.
Além disso, relata que em um período ele morou em uma casa, mas depois de um tempo começou a trazer lixo para o ambiente e hoje está impossível entrar lá. “Por isso voltou novamente para as ruas, ele não quer batalhar para construir um ambiente bom para morar. Assim sempre fica dependendo de as pessoas doarem algo para ele”, conta.
Na visão da instrutora de autoescola Cristiane Aparecida, Marcio não faz mal a ninguém, pois não fica durante o dia na praça. Sai de manhã e volta no fim da noite para dormir. “Há mais de cinco anos ele dorme neste ambiente. Nunca vi ninguém o ajudar, nem o Centro de Referência de Assistência Social o procurou para fazer atendimento”, explica.
Situação parecida foi avaliada pela aposentada Maria de Fátima, desde de 2019, quando voltou a morar em Suzano. Ela conta que procurou assistência para o morador, mas nunca ninguém foi até o local. “O problema é que ele faz uso de entorpecentes. Tenho medo de ele ficar violento e tentar machucar as pessoas. Vejo sempre em frente à padaria pedindo dinheiro para comprar bebidas ou drogas. O caso dele tem que ser acolhido pela assistência social”, finaliza.
Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social
A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, informa que faz o acompanhamento deste caso, que é recorrente na região do Sesc, há bastante tempo em conjunto com a Secretaria de Saúde.
De acordo com as pastas, o indivíduo não é considerado “morador de rua”, pois seus familiares moram próximo ao local onde geralmente ele é avistado. Apesar disso, também não foi possível identificar se sofre de algum tipo de transtorno mental ou se faz uso de substâncias entorpecentes. “As equipes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e do Consultório na Rua tentam realizar aproximações, porém ele não aceita a oferta do serviço de acolhimento e de atendimento de saúde”, explica.
A Prefeitura de Suzano esclarece que vai continuar com as intervenções, mesmo com as negativas do indivíduo.
No entanto, informa que não pode obrigá-lo a aceitar o que é oferecido. “Caso ele apresentar sinais de crise de transtorno, os moradores devem acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para encaminhá-lo a uma unidade de saúde.
Qualquer outra atitude dele que venha a colocar em risco a integridade física das pessoas, agentes de segurança devem ser acionados, como Polícia Militar (PM) e Guarda Civil Municipal (GCM) ”, conclui.




População pede ajuda para ‘morador de rua’ que vive na Praça Papa João XXIII - (Foto: Diogo Florido/ DS)




