O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran SP) iniciou, em São Bernardo do Campo, o projeto-piloto de monitoração das provas práticas de direção veicular para a categoria B. O propósito experimental servirá de base para o modelo ser implantado no Estado, incluindo em Suzano. Alunos acreditam que medida vai acarretar prejuízos, como nervosismo durante a prova. As autoescolas suzanenes receberam de forma positiva a novidade. O diretor de ensino e proprietário da Autoescola Fênix, Eduardo Rodrigues de Araújo, espera que o projeto coíba abusos. "O aluno sairá ainda mais apto da escola diante dessa seleção rigorosa. É preciso estar preparado para o trânsito lá fora". O proprietário da autoescola Omega acredita que não são as câmeras que melhorarão o desempenho dos futuros condutores. "O monitoramente será importante como medida de segurança, vigilância entre aluno e examinador. Mas o que forma melhores motoristas é instrutores bem preparados com aulas conscientes. Os métodos de ensino, como aulas noturnas e material digital também são importantes para o aprendizado. Câmeras apenas deixarão o candidato ainda mais pressionado". A atendente da autoescola Imperador, Simone Gomes Souza, conta que o projeto será favorável para a regularização do sistema quanto à manipulação e fraudes, contudo, ressalta que os alunos não verão com bons olhos. "Um ponto negativo é a possível invasão de privacidade, que pode tirar a concentração do candidato. A pressão dobra". Fernanda Ferreira Lima Cavalcante, de 18 anos, está tirando carta e ainda não fez a prova prática. "É bom e ruim ao mesmo tempo. Será rigoroso e seremos melhores motoristas, porém o nervosismo aumenta". A jovem Carolina Yuri Abe Tiarga Salviano, de 20 anos, acabou de ser reprovada na prática de moto e terá que refazer a prova. "Eu estava muito nervosa e não consegui, estou ansiosa para tentar de novo. Acredito que o monitoramento será importante para coibir também possíveis casos de assédio às alunas. Li em um blog que cerca de 95% das garotas já sofreram algum tipo de assédio no carro durante aulas e provas". PROJETO Os veículos usados nos exames não contam com recursos tecnológicos a fim de monitorar o percurso durante o teste de direção. Há sensores para identificar possíveis toques na baliza, aceleração excessiva e outros erros. Candidato e examinador passam por identificação biométrica para comprovar presença. Cinco câmeras no carro registram o que ocorre. As provas práticas da categoria A também começaram a ser monitoradas por quatro câmeras externas fixadas em pontos do percurso. Ao confrontar os dados com as informações relatadas pelo examinador, o resultado tende a ser mais preciso. Em caso de divergências entre os registros o resultado será analisado pelos membros da banca examinadora. A aprovação ou reprovação do candidato levará em média três dias para ser confirmada. O objetivo da medida é tornar o exame mais preciso e coibir possíveis irregularidades, como o pagamento da chamada 'quebra'. (M.C.)









