O aumento no valor do diesel deve pressionar as empresas de ônibus intermunicipais do Alto Tietê a pedir reajuste na tarifa.
Elas somam prejuízos pelos impactos da pandemia. O reajuste mais recente foi anunciado na última quinta-feira (18) pela Petrobras com o valor do óleo diesel atualizado em 15,2%. A medida representa o terceiro aumento do ano e além de já trazer reflexos negativos para empresas de transporte que atendem a região, também podem afetar o bolso dos passageiros.
Atendendo a população de Suzano, Ferraz de Vasconcelos e Poá, as empresas deve repassar os custos do aumento. De acordo com o gerente de operações da Alto Transporte Tietê (ATT), Wellington Rost Vidal, com tantos acréscimos, é inevitável que um aumento no valor da tarifa possa ocorrer. “Vamos entrar com um pedido de reajuste de tarifa para o Governo do Estado e a gente aguarda também um auxílio do estado nesse momento, com subsidio ou alguma coisa neste sentido”, explicou o gerente.
Esse já é o quarto aumento no ano no preço da gasolina e o terceiro do diesel. Além de impactar na rodagem da frota das empresas de transporte, o aumento também coloca em cheque o emprego de profissionais que atuam na área.
“O impacto é tão grande que a gente não tem certeza se vamos conseguir garantir a qualidade do transporte e nem o emprego dos mais de 400 funcionários que possuímos aqui na empresa”, comentou.
Para evitar ainda mais prejuízos para a classe, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) - entidade filiada à Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo que (FETPESP), com a NTU - Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos -, enviou uma correspondência à Presidência da República ressaltando a gravidade da situação econômico-financeira do setor, que teve significativa queda na demanda em 2020, por causa da pandemia da Covid-19.
No ofício encaminhado ao presidente Jair Bolsonaro, as entidades reforçam que, só neste ano, o aumento do diesel chegou a 27,5%, impactando os custos dos serviços de transporte de passageiros.
Em nota, o sindicato ressaltou que o valor é definido exclusivamente pela empresa gestora. “Lembramos que todos os serviços prestados são determinados pela empresa gestora que paga as empresas operadoras com base na tarifa de remuneração, que não é vinculada à tarifa cobrada dos passageiros. A chamada tarifa social é definida, exclusivamente, pelo poder público”, esclarece a nota.