No período de oito anos (2008 a 2016), Suzano cadastrou 2.009 moradores de rua que foram atendidos pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Destes, apenas 10,7% são declarados da cidade de Suzano, isto representa um número de 215 pessoas em situação de rua, ou seja 89,3% são de outras cidades. Das 2.009 pessoas atendidas, 214 eram mulheres enquanto os homens totalizaram 1.795. Os números foram divulgados, ontem, pelo Creas durante o primeiro Fórum de Debates, organizado pela Casa Madre Teresa de Calcutá, realizado no Restaurante Popular. Durante o evento, foi divulgado que a maior parte dos moradores de rua cadastrados tem entre 31 e 40 anos (são 602), seguido de 18 a 30 anos (502) e 41 a 50 anos (401). A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Leonice Ramos, abriu o debate explicando sobre o trabalho da Assistência e do Creas. De 2010 a 2016, o Creas já atendeu mais de 8.818 pessoas, dentre moradores de rua, crianças, idosos, etc. "Os moradores de rua não são um problema apenas da Assistência. É um caso que envolve diversas áreas como educação, saúde, segurança. É preciso ter a união e colaboração de todos", disse Leonice. Dia 13 de dezembro, a entidade, da Associação Emaús, completa um ano de existência. Em comemoração a esta data, o presidente da Associação, Padre Aldemir Andrade de Sá, idealizou o evento. "Para comemorar esse primeiro ano da Casa, queríamos iniciar uma conversa sobre os moradores de rua e seus direitos como cidadão, acredito que seja um trabalho importante e que mereça mais atenção", disse o Padre. A Casa Madre Teresa de Calcutá é uma instituição sem fins lucrativos, que tem o objetivo de resgatar a dignidade física e moral dos povos excluídos, sobretudo, dos moradores de rua. Diariamente, a casa de Suzano atende em torno de 120 pessoas, oferecendo alimentação, trocas de roupas e higiene pessoal. De acordo com a coordenadora da entidade, Valdinete Ferreira, aproximadamente 80 pessoas declaram ser de Suzano, os demais vêm de outras cidades ou são andarilhos. Em um balanço de 11 meses, a Casa atendeu 1.189 moradores de rua. O padre Júlio Lancellotti foi convidado para o debate para partilhar suas experiências no trabalho com os moradores de rua. "Acredito que a existência deles, os refugiados urbanos, gosto de me referir a eles assim, seja tudo parte do sistema em que vivemos. É importante realizarmos esses debates, criar discussões para romper com essa lógica de exclusão que existe na nossa sociedade", explicou o Padre Lancellotti. Também estavam presentes a secretária a coordenadora geral do Creas, Renata Pires; e representando o Ministério Público, a promotora Carolina Rodrigues.
