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Jornal Diário de Suzano - 14/12/2025
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Proteção e dignidade da Mulher

Suzano pede ao governo federal Casa e Centro de Referência da Mulher

Segundo a delegada da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo, quatro mulheres são vítimas de feminicídio por dia

15 agosto 2025 - 08h00Por Laura Barcelos - da Reportagem Local

Suzano luta para trazer a Casa da Mulher Brasileira e o Centro de Referência da Mulher, serviços de proteção e dignidade à mulher, para o município. Segundo Alex Santos, secretário de Governo de Suzano, o pedido já foi feito para o Governo Federal.

“Vamos fazer uma força tarefa para que a cidade de Suzano tenha pelo menos uma dessas duas referências. É um trabalho importante para trazer essa conquista para a cidade. Queremos construir um país melhor e que nossas filhas não passem por situações de violência”, comentou.

O anúncio foi feito durante o 1º Fórum Contra a Violência Doméstica e Familiar, promovido pelo Departamento da Mulher em parceria com a Comissão da Mulher Advogada da 55ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Suzano.

O evento aconteceu nesta quinta-feira (11) e abordou a eficácia da Lei Maria da Penha e suas modificações. “Quatro mulheres são vítimas de feminicídio por dia no Brasil. O fato de você empoderar a mulher com informações, de dizer para ela o que pode ajudar, faz com que ela crie coragem de sair do relacionamento abusivo. O parceiro não aceita e acaba matando. As portas de entrada para mulheres vítimas de violência estão falhando, hospitais e delegacias”, comentou a delegada da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher do Estado de São Paulo, Rosmary Corrêa.

Segundo a delegada, é preciso conscientização do público e a sensibilização das autoridades para que o cenário de violência seja revertido. “Se a mulher aprende a identificar a violência psicológica, ela pode evitar a violência física e até um feminicídio. E as autoridades precisam se sensibilizar para saber tratar uma mulher fragilizada”.

Ainda no evento, Rosmary destacou o intenso trabalho que o município desempenha contra a violência. “Suzano está de parabéns, vocês realizam um excelente trabalho no tocante ao atendimento da mulher vítima de violência, aliás em todas as políticas para a mulher”, declarou Rosmary.

“Sinto muito orgulho de Suzano. Nós temos a Delegacia da Mulher, a Sala Rosa, o abrigo para mulheres vítimas de violência, o Departamento da Mulher e a Clínica da Mulher. Temos muitos serviços que não deixam a desejar, e pensamos em futuramente ter uma Secretaria da Igualdade”, destacou.

O evento contou com as presenças da primeira-dama Déborah Raffoul Ishi; da responsável pelo Departamento da Mulher, Maria Margarida Mesquita; da delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Suzano, Silmara Marcelino; a delegada da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher do Estado de São Paulo, Rosmary Corrêa; e do presidente da OAB de Suzano, Fabrício Ciconi Tsutsui, da presidente Nacional do PSD Mulher, a advogada Alda Marco Antônio, representada pela advogada Fernanda Rezende. 

Abuso psicológico pode levar a agressão e feminicídio, afirma delegada da 1ª DDM do Brasil

Quatro mulheres são vítimas de feminicídio por dia no Brasil, segundo Rosmary Corrêa, delegada da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher do Estado de São Paulo. A delegada esteve presente no 1º Fórum Contra a Violência Doméstica e Familiar, promovido nesta quinta-feira (14) pelo Departamento da Mulher em parceria com a Comissão da Mulher Advogada da 55ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Suzano e destacou avanços no tratamento da mulher vítima de violência.

“A Delegacia de Defesa da Mulher, primeira política pública para a mulher no Brasil, foi produto das mulheres da base. A partir da delegacia, dos dados que registramos, foram surgindo outras políticas importantes para o combate da violência”, comentou.

A delegada explica que, na maior parte dos casos, os relacionamentos abusivos começam na violência psicológica. “Quando começa a agressão física, e ela vai acontecer, essa mulher não vai a Delegacia, porque ela acha que tem razão de apanhar. Ele bateu e tem razão de bater”. Para estes casos, Rosmary salienta a importância do atendimento psicológico. “Quando a mulher vai a delegacia, quando consegue furar essa bolha, ela precisa de atendimento psicológico, pois ela não consegue nem expressar as coisas que aconteceram com ela”.

A delegada esclarece a importância da informação e de fóruns que reforcem condutas, como relacionamentos que cerceiam a liberdade de uma mulher, não são saudáveis. “Existe violência patrimonial, psicológica, física, sexual. Precisamos de informação para sair dessa crescente de violência”.

“Se a mulher aprende a identificar a violência psicológica, ela pode evitar a violência física e até um feminicídio. E as autoridades precisam se sensibilizar para saber tratar uma mulher fragilizada”, reforçou. 

Rosmary Corrêa, 75 anos, liderou a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher do Brasil, inaugurada há 40 anos, em 6 de agosto de 1985, na região central da capital de São Paulo. “No dia que inauguramos tinha uma fila com 500 mulheres. Olhamos todas elas sem saber como atender, elas queriam resolver um problema, muitas vezes, de anos”, contou. A partir da criação da delegacia, uma série de leis como a Maria da Penha e a do Feminicídio fortaleceram a proteção das mulheres. “Temos que acreditar nas nossas mulheres, ter empatia e acolhimento. É maravilhoso sentir que fez a diferença na vida de uma mulher”, finalizou. 
 

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