De janeiro a maio deste ano, Suzano registrou, aproximadamente, 400 ocorrências de roubo a celular envolvendo pedestres. O índice equivale a 47% dos roubos totais a pessoas nas ruas (851 ocorrências). A maior parte dos ataques, de acordo com o 32º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (32º BPM/M), não envolveram armas letais, mas sim o uso inadequado do aparelho pelas vítimas. Segundo o comandante interino do 32º, major PM José Carlos Alves Brandão, a PM tem realizado campanhas para alertar a população sobre o uso correto dos celulares. "Para evitar um ataque, primeiro o pedestre precisa estar atento, ele não deve caminhar enquanto digita, e é indicado guardar o aparelho no bolso da frente da calça e usar a bolsa também na parte frontal do corpo", destaca. A segunda dica é ter anotado o EMEI do celular (número de registro do aparelho), além possuir aplicativos de localização e paradeiro. Para descobrir o EMEI basta ligar *#06#. "Alguns celulares possuem ainda um aplicativo que ajuda fotografar e rastrear a localização do suspeito. Ao registrar o B.O, a vítima terá o celular bloqueado pela Civil por meio do EMEI. Isso ajuda a enfraquecer o mercado negro", explica. Brandão ressalta que os roubos de celular estão ligados diretamente ao abastecimento do mercado ilegal, ou seja, venda sem nota fiscal ou garantias e por um preço abaixo do valor de marcado. "No entanto, a pessoa que compra este tipo de mercadoria, além de ajudar na continuação dos roubos, pode ser vítima também", detalha. Outra dica apontada pelo comandante é a troca de senhas de banco, em caso de celulares que possuam aplicativos financeiros no aparelho. O bloqueio do celular por meio do EMEI demora menos de quatro horas e impede o suspeito de vender o equipamento. Segundo a ajudante geral, Andréia Gomes, flagrada na rua enquanto escrevia uma mensagem, ela não costuma digitar no celular durante a caminhada. "Hoje fui pega de surpresa. Normalmente dou dicas para outras pessoas sobre o uso correto do celular. Inclusive minha irmã, que usa muito o celular na rua, foi roubada duas vezes. Em uma das situações, o bandido não estava armado", comenta. A selecionadora Evelin Tomiatii revela que tem costume de escrever mensagens enquanto caminha na rua. "As redes sociais nos dão facilidades, por exemplo, é mais rápido enviar uma mensagem em comparação a fazer uma ligação", diz. Em contrapartida, Evelyn foi assaltada por um menor de idade. "Estava escrevendo uma mensagem e um 'moleque' passou, pegou o celular e saiu correndo. Na hora não pude fazer nada, apenas gritar", lamenta.