A cidade de Suzano tem utilizado a verticalização das sepulturas para ampliar o espaço nos cemitérios municipais. De acordo com o diretor dos espaços, Fabio Tostes, o Cowboy, essa é a tendência que todas as cidades devem seguir. Ele participou do DS Entrevista na última semana.
“Começamos um processo sobre a verticalização dos cemitérios. Construímos primeiro 250 gavetas, com verticalização para cima e para baixo. Em um local que eu podia sepultar um corpo, aumentamos para seis. Se não tivéssemos feito isso, não teríamos condições de atender ninguém hoje. Está em projeto a construção de mais 300 gavetas no ano que vem. A verticalização é a tendência, não tem outro caminho. Seria semelhante ao Memorial do Alto Tietê, aqui em Suzano. Várias cidades já começaram esse processo, Suzano é uma das primeiras. Trouxemos um modelo que deu super certo”, explicou.
A ideia de ampliar o espaço nos cemitérios é para evitar crises, como a vivida em Biritiba Mirim em 2005, quando o então prefeito Roberto Pereira da Silva decretou que era proibido morrer na cidade, já que o único cemitério estava lotado.
“O município está tomando providências para não viver a crise que Biritiba Mirim viveu. Temos informações dos municípios ao redor, que estão vivendo a mesma dificuldade. A Câmara Municipal ficou de mandar emenda impositiva para construir gavetas, para não termos esse problema que Biritiba teve. O Brasil inteiro está passando por dificuldades em lugar de sepultamento”, continuou Cowboy.
O diretor dos cemitérios entende que a cidade não precisa de novos cemitérios. “Precisamos cuidar dos que temos. Se utilizarmos o formato de gaveta não vamos precisar de novos cemitérios. É muito complicado, porque tem a questão ambiental, então temos que aproveitar o que está estabelecido, cuidar dos nossos cemitérios e ampliar o número de vagas”.
Atualmente, os cemitérios de Suzano contam com aproximadamente 23,5 mil jazigos, sendo 7,5 mil no São Sebastião, no Centro, e 16 mil no São João Batista, no Raffo.
“O Cemitério São João Batista é o nosso gargalo de sepultamento temporário, ou seja: a família não tem concessão de posse e o município é obrigado a arrumar um local para fazer o sepultamento. Após três anos, se passa por exumação e guardamos os restos mortais num ossário. Se a família não nos procurar em 30 dias após a publicação do edital, podemos descartar no ossário coletivo”, finalizou Cowboy.



"Começamos um processo sobre a verticalização dos cemitérios" - (Foto: Isabela Oliveira/DS)




