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Jornal Diário de Suzano - 14/12/2025
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Suzano

Violência obriga restrição de entrega de correspondências dos Correios

Entrega em alguns bairros, como Miguel Badra, tem sido feito em dias alternados, segundo a empresa

04 março 2018 - 09h11Por Aline Moreira - de Suzano
Os Correios decidiram restringir a entrega de correspondências em bairros com alto índice de violência. Outro problema enfrentado pela empresa são os endereços “invisíveis” - quando os CEPs não batem com o nome das ruas (leia matéria abaixo).
 
A Coordenação de Segurança Empresarial dos Correios adotou ações junto aos Órgãos de Segurança Pública, com o objetivo de que medidas policiais investigativas e ostensivas possam trazer maior segurança à atividade postal.
 
Os Correios também investem no uso de ferramentas de gerenciamento de risco logístico. Segundo a empresa, no bairro Miguel Badra, onde o índice de assaltos tem sido alto, a unidade responsável pela distribuição passa por um redimensionamento. Prioriza a entrega de objetos qualificados e realiza entrega de correspondências simples em dias alternados.
 
Moradores
 
Moradores de Suzano reclamam da demora na entrega de correspondências em suas residências. Eles dizem que o motivo seria a falta de segurança em alguns bairros que está afastando os carteiros, já que os mesmos consideram alguns locais de Suzano áreas de riscos, e a falta de funcionários para atender a grande demanda de entrega na cidade. 
 
Por causa deste problema, algumas pessoas estão indo retirar suas correspondências no próprio Centro de Distribuição dos Correios, localizado na Avenida Mario Covas, na Vila Amorim. A dona de casa e moradora do bairro Baruel, Cícera da Silva, de 30 anos, disse que o problema da demora atinge seu bairro e que contas de Banco não estão sendo entregues. "Foi informado para mim que os Correios estão sem funcionários e que por isso a demora da entrega. Já tem um tempinho que estamos assim", conta. 
 
O agente de escolta Ricardo Oliveira, de 55 anos, explica que o bairro onde mora está sim sofrendo com problemas no atraso das correspondências. Ele é morador do Miguel Badra e não descarta a possibilidade de alguns carteiros evitarem o local por conta dos assaltos. "Tem outros moradores que estão reclamando muito sobre o atraso. Sobre esses casos dos assaltos e do bairro ser considerado uma área de risco, é mais ou menos isso que está acontecendo", diz.
 
Um munícipe, que preferiu não se identificar, contou que casos de assaltos, principalmente na área do Rio Abaixo, estão afastando os carteiros. "A situação lá está feia. Os carteiros não querem entregar no local com medo de serem assaltados. Hoje quando vim buscar minha correspondência, estava escrito na caixa que o morador não estava na residência, só que eu estava em casa, inclusive esperando o correio. Os carteiros dizem que estão evitando as 'áreas restritas'", explica. 
 
Já para o vendedor Anselmo de Campos, de 42 anos, o problema não é a segurança nos bairros e sim a falta de funcionários trabalhando nos Correios. "Eu sou vendedor ambulante e ando em diversos bairros da cidade. Não acredito que o problema seja a segurança. O Correios me disse que existem 37 funcionários para atender a cidade inteira, acredito que o problema da demora seja esse", defende. 
 
 
Conselhos apontam soluções para evitar violência; mas afirmam que CEPs errados dificultam
 
Em meio aos problemas da falta de segurança nos bairros em Suzano, o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Distrito de Palmeiras e Boa Vista apontam algumas iniciativas. 
 
De acordo com o presidente do Conseg de Palmeiras, Gustavo Ferreira, outro problema é a falta de placas indicativas com o nome das ruas; o CEP irregular também foi mencionado. "Temos dois problemas, um é a ausência de fiscalização das nossas autoridades que não intercedem em favor dos que precisam e o outro é a falta de placa indicativa com o nome e numeração correta das vias públicas. Fora as ruas que não tem CEP cadastrado, isso atrapalha os trabalhos dos carteiros e a entrega das correspondências", explica. 
 
Uma solução para reverter esse problema, segundo o presidente, seria permitir que as correspondências, nestas situações, possam ficar em uma escola ou um posto de saúde para ser retirado pelo morador. Dessa forma servindo de Caixa Postal Comunitária. 
 
Além disso, ele relevou a importância dessas sinalizações e exemplificou um problema causado pela ausência. "A falta correta de sinalização com placa de identificação e numeração exata causam transtornos para todos, tanto para os carteiros, quanto para a Polícia, Samu, EDP, Sabesp, Operadoras de linha telefônica e outros tipos de serviços de entregas. Em 2015, o Samu não conseguiu atender um chamado porque não conseguiu localizar o local. A vítima, infelizmente, veio a óbito", relembra. 
 
Já o presidente do Conseg do Boa Vista, Ebert Vicente, o Bola, acredita que a Polícia Militar (PM) poderia dar um suporte aos carteiros que têm correspondências para entregar nos bairros mais afastados ou que sofrem assaltos constantemente. "Teria de existir uma parceria entre a Polícia e os Correios, para a PM dar suporte nas entregas, principalmente nos locais mais complicados", explica. 
 
Outra ação, que já foi discutida pelo Conseg foi a implantação de uma agência dos Correios Comunitária, ideia essa que segue como forma de solução para o Conseg de Palmeiras. (A.M.)

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