Nunca houve tantas leis e normas protetivas para a pessoa humana, para as mulheres e nunca também tivemos a divulgação de tanta violência contra as pessoas.
A violência vem se espalhando de maneira silenciosa entre nós, na família, nos vizinhos, nas cidades. Todos os dias recebemos pelos inúmeros meios de comunicação a notícia da violência cometida contra alguém que conhecemos ou alguém da nossa comunidade.
Nem mesmo os animais estão escapando de sofrerem com atos violentos contra eles.
Será que estamos nos deixando tomar por um estresse coletivo que parece atingir a todos indiscriminadamente?
Amanhecemos e nem sempre agradecemos por mais um dia que Deus nos concede para darmos prosseguimento ao nosso trabalho evolutivo aqui neste planeta, mal cumprimentamos aqueles que conosco convivem dando a impressão que nos incomodamos com suas presenças, quando muitas vezes estamos envolvidos em nossos pensamentos que sequer prestamos atenção ao bom dia que nos foi direcionado.
Estamos preocupados com nossa vida financeira, em saber das novidades políticas, das fofocas que nos trazem as páginas da internet, damos infinitos bons dias para pessoas que mal conhecemos e muitas vezes sequer vemos, mas não estendemos um olhar de carinho para os companheiros de jornada que estão próximos de nós e às vezes enfrentam problemas que desconhecemos.
Lembro saudosa do tempo de criança que meus pais nos tiravam da cama em meio a palavras carinhosas e de ordem, que soavam alegremente e lá íamos todos fazer a higiene pessoal e participar daquele encontro matutino na mesa de café, mesmo simples e muitas vezes sem fartura... Falávamos dos sonhos sonhados, das missões daquele dia e isso era envolvido em sorrisos alegres e abraços apertados... Começávamos o dia com uma energia vital redobrada! Hoje introspectivos e egoístas pensamos nos nossos problemas e não olhamos com empatia para os que nos cercam, somos críticos severos com tudo e com todos.
Falamos em religião mas, na verdade não queremos perder tempo professando alguma delas ou seguir seus aconselhamentos.
O amar ao próximo como a si mesmo ensinado pelo Mestre é sempre ouvido, e nossos ouvidos estão moucos, o som não nos atinge como deveria e continuamos promovendo o amor próprio esquecendo o próximo...
No trânsito nos enervamos com o condutor do ônibus por respeitar em demasia as leis e andar vagarosamente quando temos pressa, xingamos mentalmente o motorista que vai à nossa frente e distraído esquece o semáforo e continua sua leitura de mensagens no celular como se estivesse no sofá da sua casa e já apertamos poderosamente a buzina para que ele caia na real. No trabalho as perguntas que nos fazem parecem sempre impertinentes e desnecessárias, respondemos mal humorados e laconicamente, muitas vezes deixando o colega sem saber o que fazer, pois, dependia da nossa resposta para prosseguir seus afazeres...
Assim prosseguimos pelo dia, imaginando a hora de encerrar as atividades e ir para casa, sem perceber que estamos ficando sozinhos cercados por pessoas que como nós não se preocupa com nada apesar de tudo questionar e polemizar.
Já é tempo de olharmos com mais carinho e atenção para o que nos cerca e envolver a vida em mais amor e atenção, assim sentiremos a verdadeira felicidade nos atingir...