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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Cadê as padarias?

19 abril 2022 - 05h00

Teve um tempo que podíamos encontrar uma padaria a cada esquina, ali conseguíamos comprar pão, leite, manteiga e outras coisinhas gostosas para nosso café matinal ou da tarde.
No balcão alto podíamos também tomar nossa média com pão e manteiga, que podia ser na chapa e vinha quentinho com a manteiga derretendo que só de olhar já enchia a boca de água.
Ali também ao sairmos de nosso trabalho podíamos saborear um lanche delicioso acompanhado de uma vitamina completa, que sempre forrava nosso estomago até que pudéssemos chegar em casa, que normalmente era um longo percurso, para então jantarmos e após um papo com a família íamos descansar, pois, no outro dia a batalha recomeçava.
Ali também era um excelente ponto de encontro nos finais de semana, além do nosso gostoso café da manhã nós podíamos encontrar a nossa mistura favorita, o acompanhamento da macarronada de domingo, o frango rechonchudo e dourado que assava lentamente e parecia ficar muito mais saboroso, além do cheiro agradável que exalava e enchia nossos narizes enquanto aguardávamos a nossa vez de ser atendidos...
Nunca imaginamos que um dia não iriamos mais encontrar padarias em quase todas as esquinas, que aquele delicioso cheiro de pão quentinho recém-assado não mais seria sentido em muitos lugares nos convidando para aproveitar e tomar um cafezinho.
Passamos a adquirir nosso pão nos supermercados que foram se fortalecendo, criando grandes redes e, ali além do pão já abastecemos nossa despensa com muitos outros artigos necessários, afinal assim como a padaria o armazém onde podíamos comprar com a caderneta semanal ou mensal também foi desaparecendo do cenário tão nosso conhecido.
Com o tempo fomos nos habituando com o leite que deixou de ser entregue em garrafas de vidro que trocávamos pela limpa que trazíamos de casa e passou a ser vendido em saquinhos plásticos e ter seu sabor modificado e perdeu a nata gostosa que ficava no gargalo da garrafa. As mudanças foram ocorrendo e fomos nos acomodando com as novidades sem nos darmos conta do que acontecia, afinal ainda tínhamos uma boa quantidade de padarias onde podíamos tomar um cafezinho ou fazer nosso lanche.
Entendíamos que era o progresso chegando com suas novidades e facilidades e como tudo na vida fomos aceitando e nos adaptando.
Agora temos que andar bastante para localizar uma padaria, por vezes não encontramos nenhuma em nosso percurso e quando encontramos não tem o nosso tão sonhado pãozinho fresco e saboroso, porque por alegada baixa procura diminuíram os horários e as fornadas, então acabam fechando suas portas mais cedo, enquanto ficamos à mingua.
A cada padaria fechada vemos abrir no mesmo espaço uma farmácia, uma drogaria onde remédios são vendidos a preços baixos (segundo dizem) e até a prazo. 
São imensas com inúmeras prateleiras cheias de medicamentos e gondolas que de tudo expõem, escovas e pasta dental, mamadeiras, absorventes, comprimidos para gripe, remédios para emagrecer ou para engordar, produtos para pele e tantas outras coisas que às vezes nos perdemos olhando e apreciando.
Acredito que a falta do pãozinho nos deixou doentes e carentes, por conta disso necessitamos de tantas farmácias e drogarias, para sanar a ausência desse alimento que até sem recheio é saboroso demais...