Rafaella Marques da Silva, jovem suzanense de 22 anos enfrentou uma luta ímpar na UTI do Hospital INCOR de São Paulo com a esperança de receber o coração de um doador. A resistência dela ultrapassou os limites aos quais todo ser humano está submetido. Se superou deixando todos atônitos por vencer tantos golpes causados pelas várias paradas cardíacas, pela respiração opressa, pelas bactérias e infecções pulmonares e urinárias.
Foram três meses de um longo e doloroso calvário, entrando várias vezes na fila para receber o coração e saindo várias vezes dela pela necessidade de eliminar as infecções pulmonares e urinárias.
Ao pai e à mãe que estavam ao lado dela e a um Sacerdote que foi chamado para dar à Rafaella uma assistência religiosa, não lhes restava dar-lhe uma última carícia, ao passo que a morte se apressava.
A natureza toda enferma torturou a jovem médica, há pouco tempo diplomada, mas da parte de Rafaella nenhum lamento e a dor do amor do pai Jurandir e da mãe Silvana e dos irmãos Ricardo e Rodrigo, dos familiares, parentes e amigos nem as lágrimas conseguiram aliviar. O pai arriscou a dizer que daria o seu coração à filha, que se lançaria no abismo para salvar sua filha.
O olhar de Rafaella, quando em vida, era luminoso e nenhuma lamina luzente podia se comparar ao brilho de seus olhos.
Agora no céu, sua vida brilhará ainda mais. De qualquer forma o nosso amor pela jovem suzanense de 22 anos continuará e a teremos ao nosso lado como um anjo.
Aos pais e familiares, transtornados e tomados pelo desespero quero dizer que a semelhança dos discípulos de Jesus, também eles estarão prestes a reconhecer a glória de Rafaella e a verão brilhar com roupa mais alva do que um lírio.
Ela estava cheirando já o perfume divino do céu ao dizer aos pais que quando morresse queria ser cremada e que suas cinzas fossem guardadas num lugar sagrado.
Penso agora nas palavras que ela quer nos dizer: “ Todos vocês que eu amei e que eu amo, a todos continuarei amando e vos guardarei não mais num coração de carne, mas no coração celeste, repleto de vida e de imenso amor. Jesus me chamou da morte para uma nova vida, para viver com ele e já estou indo ao seu encontro com a minha veste nupcial. A terra não é mais a minha morada, ela não oferece uma eternidade feliz. Ela geme pela indolência e negligência dos homens e a duração da vida nela é de curto prazo. Ao contrário, aqui em todo o entorno vejo um céu azul, purpúreo e dourado. Estou vivendo a minha história no universo divino, Me ergo e converso com Jesus. Ele é agora o meu único, sumo e supremo Bem”.